O Drakensberg e o Kilimanjaro serão para sempre reconhecidos como alguns dos melhores locais de caminhadas do mundo, mas não são apenas estes trilhos de caminhadas africanos que existem. Quer se trate da África Central, Austral, do Norte, Oriental ou Ocidental, o nosso continente tem trilhos que as botas devem estar desejosas de percorrer.
1. Montanhas Rwenzori, Uganda
Conhecidas como as “Montanhas da Lua” devido aos seus picos cobertos de neve, os geógrafos da Grécia Antiga acreditavam que esta cordilheira lendária era a nascente do Nilo. As Montanhas Rwenzori situam-se na fronteira entre o Uganda e a República Democrática do Congo (RDC).
O Trilho do Circuito Central é um percurso impressionante e bem conservado, em que pode levar entre sete a nove dias, e há muitas cabanas ao longo do caminho. O pico mais alto pertence ao Monte Stanley (5109 metros).

2. Cachoeira Chamarel e Sete Terras Coloridas, Ilhas Maurícias
O arco-íris não é o único fenómeno multicolorido da natureza. Uma caminhada através da exuberante floresta tropical no sudoeste das Ilhas Maurícias culmina com uma vista das Sete Terras Coloridas de Chamarel, um espectáculo geológico que tem fascinado os turistas desde a década de 1960.
Trata-se de dunas de areia onde se notam sete cores proeminentes – vermelha, castanha, violeta, verde, azul, roxa e amarela – especialmente ao nascer do sol. Estas cores são causadas pela conversão de lava basáltica em minerais de argila. A caminhada de Chamarel tem uma duração aproximada de seis horas e deparar-se-á com a montanha Piton du Canot, à qual poderá decidir subir (pode levar cerca de 45 minutos). Nas proximidades, encontra-se a cascata de Chamarel, com mais de 80 metros de altura. Passará também pelo Black River Peak, que é a montanha mais alta do país. Existem vários percursos até ao cume, que variam entre 3,5 quilómetros e 5,5 quilómetros. O Parque Nacional de Black River Gorges é uma floresta protegida que também é abundante em trilhas, e pode ser acessada pela entrada de Black River.

3. Monte Camarões, Camarões
Com mais de quatro mil metros, o Monte Camarões é um dos vulcões mais activos de África, entrando em erupção a cada dez a 20 anos. É também a montanha mais alta da África Ocidental. Normalmente, a subida é feita pela Rota do Guinness (dois dias), que é um caminho directo, embora íngreme, para o cume, partindo de Buea. As visitas guiadas mais populares são as opções de três ou quatro dias, mas existem excursões de apenas um ou cinco dias. Há numerosos picos e crateras e o terreno também varia entre campos agrícolas e florestas tropicais e savanas. O Monte Camarões é rico em biodiversidade, com plantas e aves endémicas.

4. Monte Meru e Pugu Hills, Tanzânia
O Monte Meru (4565 metros) poderá atrair menos multidões do que o Kilimanjaro, mas o segundo pico mais alto da Tanzânia (no Parque Nacional de Arusha) é aparentemente mais difícil de escalar. O cume só pode ser alcançado através da Rota Momella, mas as encostas mais baixas estão repletas de vida selvagem, como búfalos, elefantes e girafas. Por conseguinte, é aconselhável ser acompanhado por um guarda florestal armado. A subida consiste em seguir a margem norte da cratera do vulcão, de onde se obtêm vistas panorâmicas. As florestas e os lagos são óptimos locais para piqueniques.

5. Monte Mulanje, Maláui
O Monte Mulanje ou Maciço de Mulanje, no Maláui, situa-se na região sul do país e é maravilhoso para os entusiastas das caminhadas e da escalada, sendo também adequado para quem procura um passeio suave. Existem 18 percursos pedestres que vão desde passeios curtos a caminhadas de vários dias. O website Mountain Club of Mulanje criou um guia completo de caminhadas.

6. Parque Nacional do Monte Alen e Pico Basile, Guiné Equatorial
Descrito como o segredo mais bem guardado da Guiné Equatorial, o Parque Nacional de Monte Alen possui trilhos bem conservados e acessíveis, rodeados por 1400 quilómetros quadrados de floresta virgem, onde se podem encontrar elefantes, gorilas e chimpanzés. As caminhadas com gorilas são uma atracção turística da região e os habitantes locais são normalmente contratados como guias.
O Pico Basile, na ilha de Bioko, é um vulcão-escudo que se encontra a três mil metros acima do nível do mar. Tem uma estrada de cascalho que pode ser percorrida de carro ou a pé e, num dia claro, é possível ver o Monte Camarões. Há visitas guiadas ao Pico Basile, mas não vão até ao cume. Em vez disso, pára-se na Virgem de Bisila, um monumento histórico a 2800 metros.

7. Montanhas Rif, Marrocos
Com vista para o Mar Mediterrâneo, as Montanhas Rif, no nordeste de Marrocos, têm trilhos extensos e abertos, florestas que oferecem um olhar profundo sobre a paisagem marroquina. Os trilhos são considerados “fora dos circuitos habituais” e o melhor sítio para começar é Chefchaouen, também conhecida como a Pérola Azul de Marrocos, devido aos seus antigos edifícios azuis. O percurso de Chefchaouen a Fifi Aghram dura dois dias, com um máximo de cinco horas de caminhada em cada dia.

8. Escarpa de Bandiagara, Mali
A Escarpa de Bandiagara é um Património Mundial da UNESCO no País Dogon, Mali. Tem 500 metros de altura e estende-se por 150 quilómetros. As caminhadas podem durar de um dia a várias semanas e também é possível parar na aldeia de Songo para uma experiência cultural.

9. Reserva Natural de Malolotja, Suazilândia
A reserva da Suazilândia está localizada numa vasta área de 18 mil hectares de montanha selvagem, composta por prados protegidos de terras altas, florestas de neblina, zonas húmidas e bosques.
Há mais de 200 quilómetros de trilhos para caminhadas em Malolotja, onde se pode escolher entre caminhadas curtas e trilhos nocturnos. Os parques de campismo ao longo dos percursos podem ajudar no planeamento e recomenda-se um percurso de sete dias que cubra a maior parte do parque.

10. Reserva Natural de Bokong, Lesoto
É a reserva natural mais alta de África (três mil metros acima do nível do mar), situada nas terras altas do Lesoto. Existem trilhos para caminhadas e passeios interligados na Reserva Natural de Bokong e uma rota que leva à Barragem de Katse, que tem a parede de barragem mais alta de África. Há também a imperdível cascata de Lepaqoa (60 metros) que congela no Inverno e é um deleite para os olhos.
