A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e o AfricaInvest assinaram esta quinta-feira, 24 de Agosto, em Maputo, um memorando de entendimento para financiar Pequenas e Médias Empresas (PME).
Trata-se de uma linha de financiamento para as empresas moçambicanas no sentido de impulsionar investimentos e promover o conteúdo nacional.
O AfricaInvest é um fundo de investimento privado sob regulação dos Estados Unidos da América, que faz a gestão de 100 milhões de dólares para investir no continente africano, operando em diversos sectores, em particular na agro-indústria, imobiliário, em centros urbanos consolidados e hotelaria, bem como em aplicações financeiras de dívida soberana ou de outra natureza.
O fundo tem como foco, nesta fase, os sectores da agricultura, indústria, comércio e serviços, e, para além de Moçambique, centra a sua atenção em Angola, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.
“No âmbito deste acordo, cabe à CTA a divulgação desta linha e a recepção dos projectos para posterior canalização ao AfricaInvest para sua análise. A grande novidade desta linha é que se mostra bastante competitiva e com volumes até um milhão de dólares”, disse Agostinho Vuma, presidente da CTA.
O responsável explicou que o lançamento do fundo acontece numa altura em que a CTA obteve do Banco de Moçambique a aprovação do Fund Manager do FADE (Fundo de Apoio para o Desenvolvimento Empresarial), em Junho último. “No âmbito do acordo com o AfricaInvest, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto para viabilizar o FADE, que tem uma meta de capitalização de 100 milhões de dólares americanos parcelados em duas fases. O FADE irá privilegiar o investimento em participações de capital das empresas”, apontou Agostinho Vuma.
Por sua vez, Jorge Pais, director do AfricaInvest, explicou que “com este fundo temos uma vantagem. Para aqueles projectos internacionais, temos uma rede já pré-estabelecida para facilitar o acesso aos mercados dos países europeus e dos Estados Unidos. Creio, portanto, que esta é também uma mais-valia importante que o AfricaInvest pode proporcionar”.
Quanto à sustentabilidade dos futuros projectos a serem financiados, a fonte afirmou: “sabemos que o risco é inerente à actividade empresarial e, portanto, nunca há garantia absoluta do sucesso dos projectos, mas existem estudos de mercado, estudos económicos e indicadores que ajudam a dar outra confiança ao desenvolvimento dos mesmos. E uma das situações que procuramos são bons parceiros”.
Jorge Pais contou que serão analisados todos os projectos, bem como aqueles que a CTA receberá e enviará ao AfricaInvest, mas a análise será feita com rigor e consciência. “O nosso envolvimento nesses projectos tem uma expressão mais elevada, tendo em conta a realidade do tecido económico moçambicano”, explicou.
Os financiamentos serão feitos numa base mínima de um milhão de dólares até aos 12 milhões de dólares. “Não são valores absolutamente limitativos e que não possam ser ultrapassados para cima ou para baixo. Como somos uma entidade privada, a decisão é só nossa, portanto, estamos à vontade para tratar caso a caso os projectos remetidos e procurar encontrar soluções à medida daquilo que o empresário precisa”, apontou Jorge Pais.
Esta é mais uma iniciativa da CTA com o intuito de encontrar fontes alternativas de financiamento. A parceria da organização com o AfricaInvest constitui uma oportunidade para assegurar que mais PME nacionais tenham acesso ao financiamento.