O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou nesta quinta-feira, 24 de Agosto, em Joanesburgo, que o País pretende cooperar com os países membros dos BRICS, e aceder aos fundos disponibilizados pelo banco criado por aquela organização multilateral.
“Saudamos o facto de privilegiarem a componente de financiamento em infra-estruturas económicas e sociais, sendo de destacar a necessidade concreta de construção de estradas, pontes, escolas, hospitais, barragens e outros sistemas de retenção e gestão da água”, disse o estadista, durante a sua intervenção como convidado na 15.ª cimeira, que teve lugar na África do Sul.
No que diz respeito ao Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o chefe de Estado destacou que o mesmo vai servir para reduzir o défice de infra-estruturas no continente africano, estas que “são importantes para impulsionar o progresso económico e criar bem-estar para os moçambicanos”.
Ainda no âmbito da cimeira, Filipe Nyusi participou na iniciativa “Diálogo BRICS Plus” e “BRICS Outreach”, onde explicou que “o País se associou a estes encontros, com a convicção de que os países deste bloco podem constituir mais uma forma de destaque para compartilhar interesses e esforços através de acções concretas, proporcionando benefícios mútuos num ambiente de complementaridade e solidariedade que caracteriza o Sul Global em diversas questões de interesses estruturantes dos países africanos”.
O governante reconheceu igualmente que “a iniciativa de cooperação dos BRICS com países não BRICS, aliada à sua expansão, configura uma mais-valia para a materialização das iniciativas africanas para o desenvolvimento do continente”.
“Estes desenvolvimentos só serão possíveis com paz e estabilidade, com combate cerrado ao terrorismo e à pirataria marítima no continente africano e no mundo, tendo por base os fóruns multilaterais com participação activa dos países menos desenvolvidos, em linha com os ditames da lei internacional e sem influências de rivalidades geopolíticas”, afirmou.
De acordo com Filipe Nyusi, é crucial que se adopte um sistema de transição energética justa, “que permita a capitalização do potencial económico dos países africanos com recursos energéticos em desenvolvimento que, indubitavelmente, jogam um papel fundamental na segurança energética global”.