O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse que a Rússia usa “a corrupção e o medo” para ganhar influência em África, elencando Moçambique e a Guiné Equatorial como dois dos novos parceiros no continente.
Numa entrevista publicada esta quinta-feira, 17 de Agosto, pela agência de notícias France-Presse (AFP), Dmytro Kuleba afirmou que “foram muitos anos perdidos, mas vamos avançar com um renascimento da relação entre a Ucrânia e África, vamos tentar reavivar estas relações”.
Na ocasião, o governante ucraniano acusou a Rússia de usar “a coerção, a corrupção e o medo” para manter os países africanos sob seu controlo e apontou Moçambique e a Guiné Equatorial como novos parceiros africanos.
“Este continente precisa de um trabalho sistemático e a longo prazo”, disse o governante, que já fez três visitas a África desde o Outono passado.
O ministro referiu que, embora “a maioria dos países africanos continue a demonstrar a sua neutralidade face ao conflito, está em curso uma lenta erosão das posições russas em África”, citando a Libéria, o Quénia, o Gana, a Costa do Marfim, Moçambique, o Ruanda e a Guiné Equatorial como alguns dos “novos parceiros” de Kiev no continente.
A Rússia, afirmou, “tem dois instrumentos poderosos em África: a propaganda e [o grupo paramilitar] Wagner”.
Para o chefe da diplomacia ucraniana, as preocupações russas sobre o fornecimento de cereais a África são “mentiras”, tendo ficado demonstrado pelo abandono do acordo internacional que permitia a exportação de cereais ucranianos.
“Os africanos viram que todas estas histórias de Vladimir Putin sobre como se preocupa com os países africanos são mentiras”, concluiu Kouleba.