A Syrah Resources, o maior produtor de grafite fora da China, prevê o regresso da procura deste material essencial para as baterias, à medida que os stocks chineses diminuírem, o que permitirá à empresa australiana reiniciar a sua principal mina em Cabo Delgado, informou esta terça-feira, 15 de Agosto, a Bloomberg.
Segundo a agência, a China é o maior produtor de grafite do mundo e domina a refinação do material utilizado nas baterias dos veículos eléctricos e nos reactores nucleares. A Syrah oferece uma das poucas opções não chinesas para quem procura o material através da sua mina em Moçambique, mas a empresa suspendeu a produção no início deste ano, quando os preços da grafite caíram, devido ao elevado stock e ao fraco crescimento das vendas de veículos eléctricos.
O director executivo da Syrah, Shaun Verner, disse esperar que a sua empresa possa voltar a produzir a totalidade da sua mina africana nos próximos meses, assim que os excedentes do inventário chinês de grafite começarem a desaparecer. “A produção da China é, em grande parte, sazonal e a sua produção de Verão tende a terminar em Novembro”, disse, acrescentando que “a nossa forte opinião é que, no final do ano, a procura aumente porque não há oferta contínua das operações chinesas”.
Para o responsável, o domínio da China é o maior desafio no mercado da grafite, sendo que os EUA e as nações aliadas estão a tentar reduzir a dependência do país asiático no fornecimento de materiais para baterias.
“Essa é também a maior oportunidade, devido à necessidade de diversificação do fornecimento por parte dos fabricantes de baterias e dos construtores de automóveis fora da China. Isso está a suscitar um enorme interesse na contratação de material produzido fora daquele país”, explicou.