A açucareira da Maragra, na província de Maputo, perdeu cerca de 3,6 mil milhões de meticais por conta das chuvas que devastaram os campos de produção da cana e respectivos equipamentos, no início deste ano, informou esta segunda-feira, 14 de Agosto, o jornal notícias.
Citando dados fornecidos pelo director-geral da empresa, Filipe Raposo, o jornal explica que nos campos foram perdidas 470 mil toneladas de cana, representando 1,6 mil milhões de meticais.
Estes números reforçam a informação anteriormente partilhada pela açucareira de que não tirou proveito da última campanha de produção, porque as inundações aconteceram no segundo mês do ano. As perdas, de acordo com Filipe Raposo, afectaram gravemente a sustentabilidade da empresa, razão pela qual, em Abril, anunciou a possibilidade de interromper a laboração e reduzir o número de trabalhadores.
Embora a interrupção não tenha ocorrido, a empresa não conseguiu manter o número de colaboradores que tinha no princípio do ano. Assim, dos cerca de 500 trabalhadores então vinculados à açucareira, baixou-se para perto de 140 actualmente.
De acordo com avaliações feitas, seriam necessários, pelo menos, entre um a dois anos para a empresa reerguer-se, podendo beneficiar de investimento. Ademais, existem vários sistemas como o da irrigação e drenagem que não foram repostos, tal como equipamentos que necessitam de reparação. Para além disso, alguns campos continuam quase inacessíveis.
Estes dados são avançados num contexto em que os danos ainda se mostram visíveis, impedindo que a empresa possa projectar a nova campanha de produção.
A Maragra Açúcar situa-se no distrito de Manhiça, a 80 quilómetros a norte da província de Maputo, produzindo, anualmente, 80 mil toneladas de açúcar, fruto de mais de 460 mil toneladas de cana, também cultivadas nas suas propriedades. É detida em 99% pelo Ilovo, um grupo sul-africano presente em seis países da África Austral, e por 1% por outro investidor.