A Ordem dos Médicos de Moçambique (orMM) criou uma comissão independente, com o objectivo de mediar o conflito existente entre o Governo e os médicos, e assim ultrapassar o impasse que levou à segunda fase da terceira greve nacional.
Num comunicado divulgado na sexta-feira (11), a entidade avança que espera, com a criação da comissão, que a greve dos médicos termine o mais breve possível, tendo em conta o seu impacto para os utentes do serviço nacional de saúde.
“A comissão é composta por Brazão Mazula, Dom Dinis Sengulane, Dinis Matsolo, Angelina Magibire, Jorge Ferrão, Jorge Matine, Rodrigues Domba e Severino Nguenha. Estes terão a missão de estabelecer a comunicação e a confiança entre o Governo e os médicos”, revela a nota, onde se salienta ainda que o grupo deverá perceber a sensibilidade das partes e os aspectos de conteúdo e apoiá-las na definição do melhor modelo de resolução das suas diferenças.
Recentemente, a presidente da Assembleia da República (AR), Esperança Bias, pediu aos médicos e ao Governo para chegarem a um entendimento em relação às divergências que levaram os profissionais de saúde a entrarem em greve. Segundo a dirigente, os médicos são essenciais para a prestação de cuidados à população.
A terceira fase da greve dos médicos em Moçambique arrancou a 10 de Julho, com a paralisação de 21 dias, prorrogáveis. A classe protesta contra os cortes salariais e a falta de pagamento de horas extraordinárias, entre outras reivindicações.
A implementação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com destaque para os médicos, juízes e professores.