O comércio externo de serviços apresentou, no primeiro semestre deste ano, um saldo negativo de 277 milhões de dólares, contra os 672,6 milhões de dólares registados no período homólogo de 2022, representando uma diminuição do défice em 58,8%.
Segundo os dados que constam no boletim trimestral da Balança de Pagamentos (BoP), divulgado na última quarta-feira, 2 de Agosto, pelo Banco de Moçambique (BdM), a que o DE teve acesso, excluindo as transacções dos Grandes Projectos (GP), a conta de serviços registou um saldo superavitário, tendo-se fixado em 7 milhões de dólares, o que corresponde a uma melhoria em mais de 100%.
“A melhoria do défice da conta de serviços é justificada, fundamentalmente, pela evolução positiva dos serviços de transporte, que passaram de um défice de 368,2 milhões de dólarres, no primeiro trimestre 2022, para um superávite de 48,6 milhões, no primeiro trimestre de 2023, o que representa um crescimento em mais de 100%, com destaque para os ganhos obtidos pela prestação de serviços de transportes marítimos, rodoviários, pipelines e transmissão de electricidade”, justifica o relatório do BdM.
O documento frisa ainda que a rubrica de viagens se destaca pelo aumento das receitas líquidas em mais de 100%, o que poderá estar relacionado com a entrada de mais turistas que visitam Moçambique depois da queda registada no período do covid-19. Outrossim, “a redução dos défices dos serviços de seguros e pensões com 49,1%, serviços financeiros com 88% e outros serviços com 52,5% contribuíram, também, para o abrandamento do défice da conta de serviços”.
No geral, o boletim indica que das categorias de serviços que registaram agravamentos nos custos líquidos, o destaque vai para a contratação de assistência técnica com 34%, que representa um peso de 75% do total da conta de serviços, seguido da investigação e desenvolvimento e gestão e consultoria com 48,5%, que, em parte, está associado à não realização de empreendimentos que demandam esse tipo de serviços por parte dos GP.