O comércio mundial deverá crescer 1,9% este ano, o que representa uma desaceleração face aos 3,2% observados no ano anterior, prevê o Economic Outlook da Crédito y Caución (OECD), divulgado esta quarta-feira, 2 de Agosto.
De acordo com as informações, o abrandamento do crescimento do comércio mundial será menos severo do que o esperado há seis meses, devido à reabertura da China e à resiliência dos Estados Unidos da América e da União Europeia.
“Embora esta percentagem represente um abrandamento face aos 3,2% registados em 2022, está 0,4 pontos percentuais acima do esperado há seis meses”, lê-se ainda.
Além disso, esta melhoria nas previsões para o comércio está alinhada com a maior procura esperada de importações por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, o que evitará um crescimento negativo em 2023 no global do ano.
O documento aponta que “a reabertura da China não só aumentará as suas importações, como conduzirá a uma redução dos custos comerciais e das pressões sobre a cadeia de fornecimento mundial”.
Entre os factores que continuam a pesar sobre o crescimento do comércio a nível mundial, os aumentos dos custos financeiros devido ao endurecimento das políticas monetárias têm um impacto particular sobre o comércio de bens de capital, cujas exportações dos Estados Unidos, da Alemanha e do Japão caíram nos primeiros meses deste ano.
Além disso, os fluxos de investimento directo estrangeiro estão sob pressão e, após a pandemia do covid-19, há também a assinalar uma mudança na procura para os serviços, o que pesa sobre a evolução do comércio de bens.
“Esta tendência é agravada pelos aumentos dos preços da energia, que dificultam a produção em países como a Alemanha, prosseguindo com o colapso comercial entre a União Europeia e a Rússia. Embora não haja sinais de dissociação em relação à China, verifica-se uma diminuição do seu comércio com os Estados Unidos, em especial nos sectores de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)”, salienta o documento.