O director Nacional de Florestas ao nível do Ministério da Terra e Ambiente, Cláudio Afonso, revelou que Moçambique necessita de cerca de 40 milhões de dólares, para a execução do plano bianual de aumento das acções de protecção, conservação e restauração da floresta de miombo.
A informação foi revelada recentemente, durante uma reunião de operacionalização da Declaração de Maputo sobre Maneio Sustentável e Integrado da floresta de miombo.
De acordo com o responsável, há necessidade se dar mais assistência aos programas que contribuem para a redução das queimadas descontroladas e garantir a protecção das áreas de conservação.
“Uma das formas de guarnecer as florestas é fazer com que as comunidades encaixem mais rendimento e, assim, contribuir para a preservação das florestas”, salientou.
Na mesma ocasião, no que diz respeito ao encontro no geral, Cláudio Afonso referiu que foram alcançados muitos consensos, mas prevaleceu a divergência sobre o modelo de angariação de recursos para implementar as acções previstas na Declaração.
No entanto, como forma de reunir mais esforços, a fonte avançou que os ministros da Terra, Ambiente e Florestas dos países da África Austral vão reunir-se em Novembro, no Dubai, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), para tomar decisões sobre a Declaração de Maputo.
Em Moçambique, o miombo representa cerca de dois terços da área florestal que se estende desde o norte da província de Gaza até ao rio Rovuma. Em termos socioeconómicos, beneficia, de forma directa ou indirecta, 300 milhões de pessoas ao nível da SADC, através da exploração de recursos minerais, florestais, agrícolas, pesqueiros, energéticos, turísticos, entre outros.
Em Agosto de 2022, os líderes da África Austral assinaram a Declaração de Maputo para a protecção e conservação dos ecossistemas florestais de miombo na região, um instrumento que promove “acções conjuntas e integradas para a recuperação e gestão” dos recursos.
A reunião de dois dias (27 e 28 de Julho) decorreu na cidade de Maputo e contou com a presença de membros do Governo moçambicano, directores nacionais de florestas de 11 países que adoptaram a Declaração, parceiros de cooperação, membros da Rede do Miombo e membros do secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.