O mundo deve preparar-se para ondas de calor mais intensas, alertou esta terça-feira, 18 de Julho, a Organização das Nações Unidas (ONU), à medida que o hemisfério norte se aproxima de um pico de ondas de calor.
“Esses fenómenos vão continuar a intensificar-se e o mundo deve preparar-se para ondas de calor mais intensas”, declarou o especialista da Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas, John Nairn, numa conferência de imprensa em Genebra, na Suíça.
O responsável explicou que “o recém-declarado fenómeno El Niño só vai amplificar a ocorrência e a intensidade das ondas de calor extremo”.
Na América do Norte, Ásia, no norte de África e na bacia do Mediterrâneo, as temperaturas deverão ultrapassar os 40°C durante vários dias esta semana, devido à intensificação da onda de calor.
John Nairn referiu que “um dos fenómenos notáveis que observamos é que o número de ondas de calor simultâneas no hemisfério norte aumentou seis vezes desde a década de 1980, e essa tendência não mostra sinais de diminuição. Como tal, temo que não tenhamos chegado ao fim dos nossos problemas e que essas ondas de calor tenham um sério impacto na saúde e nos meios de subsistência humanos”, acrescentou.
Os gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso são a principal causa das alterações climáticas, uma vez que absorvem o calor do sol que irradia da superfície da Terra, prendem-no na atmosfera e impedem que a radiação solar seja reflectida de volta para o espaço.
Quando esse ciclo é equilibrado, mantém o planeta numa temperatura habitável, mas um aumento insustentável da quantidade de gases com efeito de estufa na atmosfera implica que mais calor fique retido, provocando, além do aquecimento global, outras anomalias climáticas.
Questionado sobre aquilo que os indivíduos poderiam fazer para tentar enfrentar as mudanças climáticas, John Nairn defendeu o combate aos combustíveis fósseis.
“Acho que a coisa mais simples é electrificar tudo. É uma mensagem simples: trata-se de interromper os combustíveis à base de carbono e electrificar tudo”, concluiu.