A implantação de uma segunda plataforma flutuante para a exploração das reservas de gás natural descobertas pela petrolífera italiana Eni na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, será hoje (30) objecto de consulta pública no quadro do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA).
Uma fonte da Eni disse ao DE que “o encontro agendado para hoje em Maputo tem como principal objectivo recolher as principais preocupações e sugestões da comunidade, sociedade civil, instituições governamentais e outras partes interessadas e afectadas sobre o projecto e o EPDA”.
O projecto Coral Norte será desenvolvido na Área 4, um bloco de prospecção e produção de hidrocarbonetos localizado nas águas profundas da bacia do Rovuma operado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV).
A Eni Rovuma Basin (ERB) é o operador delegado do projecto.
Na Área 4 foram descobertos recursos significativos de gás natural recuperáveis, incluindo o reservatório Coral Sul, onde já se encontra em operação uma fábrica flutuante de produção de gás natural liquefeito (FLNG), designada por Coral Sul.
“Tendo em conta o tamanho do reservatório Coral, está prevista uma estratégia de desenvolvimento multifaseada, propondo agora a ERB o desenvolvimento de um segundo projecto FLNG para desenvolver os recursos localizados na porção norte do reservatório Coral – o Projecto Coral Norte” referiu a Consultec, empresa contratada para a realização dos trabalhos de impacto ambiental.
Dados tornados públicos recentemente indicam que, para o projecto Coral Norte, os concessionários estimam que o investimento previsto possa ascender aos sete mil milhões de dólares e vai ainda ser sujeito à aprovação do Governo.
Se o cronograma correr como o previsto, a plataforma começará a produzir gás natural no segundo semestre de 2027. O Coral Norte ficará estacionado dez quilómetros a norte do Coral Sul, cuja produção arrancou em Novembro, tornando-se no primeiro projecto a tirar proveito das grandes reservas da bacia do Rovuma.