O director executivo da Confederação das Associações Económicas (CTA), Eduardo Sengo, manifestou esta quinta-feira (22) a preocupação dos empresários quanto à situação das estradas nacionais, pois estas “obrigam ao aumento dos custos operacionais das empresas, prejudicando seu desempenho”.
Falando na 18.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP), durante o painel sobre “Transformação, Inovação e Sustentabilidade Para a Competitividade Industrial”, Eduardo Sengo revelou que “nos últimos três anos, os custos das empresas cresceram em mais de 40%, e para Cabo Delgado, em particular, cresceram em mais de 60%, relacionados com a questão do tempo de viagem que aumentou devido às condições das estradas”. E continuou: “com o aumento do tempo de viagem, aumentaram também os custos operacionais, o que concorre para o aumento do preço dos produtos. Além disso, temos a questão da segurança que, nos últimos tempos, colocou algumas zonas da província de Cabo Delgado como sendo de risco para a travessia ou passagem de veículos de carga”.
O dirigente manifestou igualmente preocupação quanto à carga tributária aplicada no País aos empresários, defendendo que “mais do que aquilo que se cobra através da actividade tributária, há muitos outros tributos que os empresários são obrigados a pagar, principalmente nos municípios”. Com isto, concluiu, “os impostos não são só aqueles que o sector privado paga à Autoridade Tributária. Pagamos outras taxas”.
Outro aspecto que preocupa os empresários assenta no mercado da indústria alimentar, no qual o sector privado se queixa do contrabando. “Como foi referido pelo Governo, cerca de 80% do comércio é feito pelo sector informal, que importa mercadorias alimentares que vão concorrer com as mercadorias provenientes do sector formal. Este que fez um investimento em todos os aspectos legais que têm que ser observados localmente. Então, precisamos de controlar essa questão”. E como solução, Eduardo Sengo propôs “a criação de um comité de trabalho para monitorar o que está a acontecer nas fronteiras”.
A decorrer por um período de três dias (21, 22 e 23 de Junho), a CASP tem como lema a “Transformação, Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade Industrial”, sendo que conta com a presença física de mais de três mil participantes e 12 mil em formato virtual. Durante a conferência, serão discutidos projectos de diversos sectores avaliados em cerca de 1,4 mil milhões de dólares.