A secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, afirmou nesta terça-feira, 13 de Junho, que as instituições económicas internacionais, especificamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, “servem de contrapeso” aos empréstimos concedidos por grandes potências como a China, que serviu de exemplo.
“Estas instituições reflectem os valores dos Estados Unidos”, declarou a secretária do Tesouro de Joe Biden perante a comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.
O peso dos Estados Unidos da América “no seio destas instituições é um dos principais meios de relacionamentos com os mercados emergentes e os países em desenvolvimento”, afirmou.
A ajuda das instituições financeiras internacionais “implica requisitos rigorosos em matéria de governação, responsabilidade e sustentabilidade da dívida, o que constitui um importante contrapeso aos empréstimos não transparentes e insustentáveis concedidos por outros países, como é o caso da China”, acrescentou Janet Yellen.
A China é um dos principais credores dos países em desenvolvimento e as condições em que os seus empréstimos são concedidos são regularmente criticadas pela comunidade internacional, nomeadamente por falta de transparência no processo.
Durante as declarações na Câmara dos Representantes, Janet Yellen opôs-se a que o Banco Mundial emprestasse dinheiro à China. “Não apoiaremos nem votaremos a favor de empréstimo algum do Banco Mundial à China, usaremos o nosso direito de veto para nos opormos”, disse.
Os Estados Unidos têm a maior influência de todos os Estados-membros do Banco Mundial, são os únicos a disporem, de facto, de direito de veto na instituição, desde a sua origem, após a segunda Guerra Mundial.
A administração do Presidente Joe Biden está também a analisar de perto certos investimentos norte-americanos no estrangeiro por parte de companhias “que investem em empresas chinesas com ligações às suas forças armadas. Estamos preocupados com potenciais riscos para a segurança nacional”, especificou Janet Yellen.
A secretária norte-americana salientou que “se está a examinar potenciais restrições ao investimento estrangeiro”.
Segundo Janet Yellen, “seria desastroso para os Estados Unidos tentar dissociar-se da China. Embora tenhamos preocupações que precisam de ser resolvidas, a dissociação seria um erro grave”, reforçou.
A secretária norte-americana recordou igualmente que, no âmbito do FMI, os Estados Unidos tinham solicitado ao Congresso a renovação da sua participação nos acordos de empréstimo e apresentado um pedido de autorizações de crédito de até 21 mil milhões de dólares, através de fundos de investimento do Banco Inter-americano de Desenvolvimento e do Fundo Africano de Desenvolvimento, tendo em vista países em vias de desenvolvimento para contrariar a crescente influência da China.