O Conselho de Ministros sul-africano deu luz verde ao plano do ministro da Electricidade, Kgosientsho Ramokgopa, de importar electricidade suficiente para fazer face a pelo menos uma fase de corte de carga do país.
O ministro da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, informou esta quinta-feira, 8 de Junho, que o acordo de compra de electricidade entre a África do Sul e Moçambique foi uma das questões deliberadas durante a reunião do Conselho de Ministros na quarta-feira, uma semana depois de o ministro da Electricidade, Kgosientsho Ramokgopa, se ter deslocado a Maputo para manter encontros com o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, para discutir a venda adicional de energia à África do Sul.
Khumbudzo Ntshavheni disse que o Conselho de Ministros se congratulou com as recentes deliberações dos dois governantes para garantir energia adicional de Moçambique para apoiar a rede eléctrica da África do Sul.
“No imediato, Moçambique pode fornecer 80 MW e mais 1000 MW a médio prazo”, disse Ntshavheni, realçando que “o Governo continua a exortar os sul-africanos a apoiarem a campanha ‘Gestão da Procura de Inverno’ lançada pelo Executivo para poupar electricidade, reduzindo a pressão sobre a rede nacional e ajudar a diminuir as fases de corte de carga neste Inverno”.
Os 1000 MW adicionais significariam que a Eskom poderia diminuir o seu corte de carga em pelo menos uma fase, trazendo algum alívio às empresas e às famílias. Actualmente, a África do Sul tem um défice de electricidade de 6000 MW, o que obriga a Eskom a aplicar até à fase seis do corte de carga rotativo para evitar o colapso da rede nacional.
Como parte das medidas para colmatar esta lacuna, o Governo decidiu que a empresa de electricidade pública deverá importar energia dos países vizinhos da África Austral, como o Botsuana e a Zâmbia, através do acordo do Grupo de Energia da África Austral.
A África do Sul é o principal comprador de energia da barragem de Cahora Bassa, no rio Zambeze, adquirindo cerca de 1400 MW num contrato válido até 2029. A Eskom, no entanto, tem arrastado as negociações para comprar mais energia da hidroeléctrica moçambicana.