A Sonangol, empresa estatal angolana do ramo petrolífero, adianta que a razão pela queda do resultado líquido se deveu às restrições à oferta causada pelas sanções impostas à Rússia pelo conflito na Ucrânia, bem como pelas tensões geopolíticas e expectativas positivas sobre a procura sazonal.
A empresa registou um lucro de 1,8 mil milhões de dólares no ano transacto, uma quebra de 15% em relação ao ano anterior. Em 2021, a companhia angolana tinha alcançado um lucro de 2,14 mil milhões de dólares, aquele que definiu como o melhor resultado desde 2014.
Desta forma, em comparação com o período homólogo, a petrolífera estatal angolana ganhou menos 81 mil dólares.
Em comunicado, a Sonangol adianta que “a razão pela queda do resultado líquido se deveu às restrições à oferta causada pelas sanções impostas à Rússia pelo conflito na Ucrânia, bem como pelas tensões geopolíticas e expectativas positivas sobre a procura sazonal e pelos novos surtos do covid-19 na China”.
“O crescente uso de petróleo para geração de electricidade e para aquecimento, que se materializou na substituição do gás natural por derivados de petróleo, catalisou a sua procura mundial”, destacou a instituição.
Os principais países consumidores de petróleo, durante o segundo semestre de 2022, registaram uma forte apetência pelo gasóleo, tanto para aquecimento como para geração de energia, apesar do fraco desempenho do sector petroquímico na Europa e Ásia, e pela crise energética na Europa. O impacto no consumo a nível mundial afectou as contas da maior empresa angolana de combustíveis.
Apesar de uma quebra dos lucros, a Sonangol salienta que “atingiu o maior volume de negócios anual, desde a sua separação da função concessionária, aliado à recuperação dos mercados e ao preço médio do barril de petróleo comercializado por 102 dólares”.
O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), de acordo com o comunicado, ficou perto de 5,3 mil milhões de dólares, um incremento acima de 50%. Este valor permitiu manter os capitais próprios positivos em 13,4 mil milhões de dólares, bem como a manutenção da capacidade financeira para a continuidade das operações.
No segmento da exploração e produção, o informe revela o incremento da actividade de exploração em 42 poços (quatro de exploração, 25 infil e 13 de desenvolvimento). A empresa perfurou ainda oito poços de avaliação e recuperou as plataformas fechadas em Campos Palaca e Pacassa, dando seguimento ao processo de alienação de interesses participativos em blocos petrolíferos visando fortalecer a sua presença enquanto operador.
Na refinação e petroquímica, a petrolífera estatal de angolana destaca a conclusão e entrada em operação do Novo Complexo de Produção de Gasolina da Refinaria de Luanda, que permitirá aumentar a capacidade de produção de gasolina em quatro vezes, contribuindo assim para um acumulado potencial anual, com impactos significativos na redução das importações.
No sector do gás e das energias renováveis, a Sonangol continuou com a construção da Central Fotovoltaica de Caraculo no Namibe, adjudicou a obra da Fotovoltaica de Quilemba na Huíla e concluiu a alteração da posição contratual da TotalEren para a TotalEnergies e respectiva alteração da estrutura accionista da Sociedade Quilemba Solar.