A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) deixou praticamente inalteradas as previsões de crescimento económico mundiais, antevendo uma expansão do PIB global de 2,7% este ano e de 2,9% em 2024, num relatório divulgado nesta quarta-feira, 7 de Junho.
Na actualização das previsões económicas divulgadas, a OCDE aponta que “após um crescimento global fraco em 2022, há sinais de melhoria em 2023″, ainda que considere que a recuperação continua frágil.
A projecção do crescimento global para este ano publicada nesta quarta-feira prevê em alta de 0,1 ponto percentual (pp) face ao relatório intercalar de Março, mantendo-se a previsão para 2024.
A Organização assinala que os preços mais baixos da energia estão a contribuir para a redução da inflação, o que vai permitir aliviar as tensões nos orçamentos, e que a reabertura total da China impulsionou a actividade global.
Em simultâneo, destaca a inflação core, que está a revelar-se persistente, reflectindo lucros mais altos em alguns sectores e pressões de custos ainda elevados em mercados de trabalho resilientes.
A subida das taxas de juro também influencia o cenário macroeconómico, já que o seu impacto está a ser cada vez mais sentido, principalmente nos mercados imobiliário e financeiro.
A entidade alerta ainda para o aparecimento de “sinais de stress em alguns segmentos do mercado financeiro, à medida que os investidores reavaliam os riscos e que as condições de crédito estão a ficar mais rígidas”.
Para a OCDE, a política monetária restritiva irá limitar o crescimento da procura durante algum tempo, com todos os efeitos do aperto da política em 2022 só a aparecer no final deste ano ou no início de 2024.
A inflação anual dos preços ao consumidor nas economias do G20 é projectada para cair de 7,8% em 2022, para 6,1% em 2023 e 4,7% em 2024.
Contudo, a OCDE refere que “a incerteza significativa sobre as perspectivas económicas se mantém, sendo que a inflação pode continuar a ser mais persistente do que o esperado e se torne uma das principais preocupações”.