A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros reconhece que o seu país quer continuar a ser um parceiro activo de África, declaração que acontece num momento em que existe um sentimento antifrancês no continente.
“A França pretende continuar a ser um aliado dinâmico do continente africano”, disse nesta quarta-feira, 7 de Junho, a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, num período em que o continente vem enfrentando vários desafios.
“Temos aliados, adversidades e activos comuns para usar. É juntando todas as nossas acções que continuaremos a ser um parceiro ágil no continente”, afirmou a chefe de diplomacia francesa perante o Senado.
A declaração de Catherine Colonna acontece num período em que o sentimento antifrancês se espalha em vários países, decorrendo relações tensas e de guerra, e a França está a repensar toda a sua presença militar, ao mesmo tempo que países como a China, Rússia e Turquia expandem a sua influência.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, fez um périplo, na semana passada, por Angola, Congo e República Democrática do Congo, com o objectivo de refundar as relações com o continente, onde o seu pais é o principal actor internacional de relevo.
Nos últimos anos, a França esforçou-se por romper com o conceito ‘Françafrica’, com práticas opacas e as redes de influência herdadas do período colonial.
“A França mudou queremos sair dessas visões datadas”, assegurou Catherine Colonna.
África está no centro das lutas internacionais por influência, que redobraram desde a invasão russa da Ucrânia em Fevereiro de 2022, uma vez que a alimentação de muitos países africanos depende da importação de cereais da Rússia e da Ucrânia.
Importa referir que as subsidiárias de empresas francesas duplicaram em 15 anos e a França é o segundo maior investidor estrangeiro no continente africano, depois da China.