Um estudo realizado pelo Credit Suisse (banco suíço de investimento) indica que a poluição dos plásticos registou um impacto de 300 mil milhões de dólares por ano nas últimas seis décadas.
O plástico infiltrado no meio ambiente tem causado vários impactos negativos no clima, na biodiversidade a nível social e a nível económico em todo o mundo. Mas agora, o Credit Suisse revela que esta poluição também tem custos. Num estudo divulgado pelo Centro de Sustentabilidade do banco estima-se que a poluição dos plásticos, a nível mundial, tenha um custo de 300 mil milhões de dólares anualmente. “E, de acordo com algumas estimativas, esse valor pode atingir os 1,5 mil milhões de dólares“.
Segundo a análise, “cerca de 19 milhões de toneladas de lixo são perdidas anualmente através de fugas para os ambientes terrestres e aquáticos, valor que corresponde a 6% dos resíduos anuais de plástico produzidos a nível mundial. Para os autores do estudo, este montante é considerado como o mais prejudicial para o ambiente, “pois estas fugas são predominantemente constituídas por microplásticos”.
A instituição aponta que, “nos últimos 60 anos, a utilização de plástico ultrapassou drasticamente o crescimento do PIB mundial e o crescimento da população. O crescimento económico mundial tem estado fortemente dependente do plástico”.
Segundo a análise, entre 1960 e 2020, o recurso àquele material aumentou quase 5000%, enquanto o PIB cresceu cerca de 650% e a população mais do que duplicou, aumentando aproximadamente 160%. “Por cada dólar de PIB adicionado à economia global, os dados sugerem que uma quantidade crescente de plástico foi necessária”, escreve o documento.
Num cenário de referência, no qual as tendências actuais se prolonguem e não sejam adoptadas medidas políticas adicionais, o Crédit Suisse prevê que os resíduos plásticos anuais quase dupliquem, de aproximadamente 350 milhões de toneladas para cerca de 670 milhões até 2060.
Já a poluição do plástico, ou “o plástico mal gerido”, como descreve a entidade, deverá aumentar de aproximadamente 80 milhões de toneladas para mais de 100 milhões de toneladas, no mesmo ano.