O Presidente angolano, João Lourenço, convidou nesta segunda-feira, 5 de Junho, os empresários portugueses a tirarem pleno partido da língua comum para aumentarem o investimento directo no país e participarem nas futuras privatizações de activos do Estado.
O apelo foi feito no início da reunião plenária entre os Governos português e angolano, no Palácio Presidencial, em Luanda, num breve discurso que dedicou à análise da cooperação bilateral luso-angolana.
Antes de o primeiro-ministro, António Costa, usar da palavra, João Lourenço começou por destacar que “a cooperação com Portugal tem uma abrangência que cobre praticamente todos os sectores da vida nacional angolana, com uma dinâmica que considerou positiva, e que só não é actualmente maior por causa dos constrangimentos que foram causados pelo covid-19.
“Os investidores privados portugueses têm, em relação aos demais, a vantagem da língua comum, um cruzamento entre famílias e um vasto conhecimento da nossa cultura, dos nossos hábitos e costumes. Esse é um capital que não é mensurável e que não deve ser desperdiçado”, realçou o chefe de Estado angolano, que especificou que o Governo angolano “gostaria de ver um maior investimento directo dos empresários portugueses no agro-negócio, na hotelaria, no turismo, na construção civil e comércio e na indústria têxtil e calçado”.
“Decorrem processos de privatização de activos do Estado para os quais os empresários portugueses se podem habilitar”, completou, antes de abordar também uma das questões mais sensíveis nas relações entre os dois países que se relaciona com a questão da dívida do Estado angolano a empresas nacionais. “Queremos resolver, tão cedo quanto possível, a questão da dívida para tranquilizar os que apostaram no mercado angolano”, concluiu.