O Banco Mundial financiou o Maláui com 265 milhões de dólares para promover a resiliência dos sistemas alimentares do país e proteger a economia de choques externos. A informação foi revelada pela instituição neste sábado, 3 de Junho.
O valor provém de uma doação: 250 milhões de dólares da Associação Internacional de Desenvolvimento, e os restantes 15 milhões do Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar.
O novo financiamento faz parte da fase três do Programa Regional de Resiliência dos Sistemas Alimentares para a África Oriental e Austral e deverá melhorar as intervenções do Projecto de Comercialização Agrícola do Maláui, enquanto via para aumentar a resiliência dos sistemas alimentares, introduzindo sistemas de agricultura e irrigação inteligentes para o clima, investimentos em pesquisa e serviços de extensão, bem como apoio às autoridades para implementar reformas políticas que melhorem a resiliência.
É ainda objectivo deste fundo desenvolver cadeias de valor viáveis e sustentáveis para a segurança alimentar nacional, bem como aumentar as divisas para as necessidades económicas mais amplas do país.
A doação ocorre um dia depois de a Alemanha desembolsar sete milhões de euros ao Programa Mundial de Alimentação do Maláui, para complementar a resposta do Governo na reconstrução do país, após a passagem do ciclone Freddy.
Entretanto, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) criticou a preferência do Governo do Maláui por títulos de dívida de curto prazo com taxas de juros relativamente altas. Para o banco pan-africano, tal está a agravar a vulnerabilidade da dívida do país pois o mercado de títulos domésticos é caracterizado por títulos de curto prazo com taxas de juros médias de 20%.
O financiamento dos bancos comerciais é motivo de preocupação porque pode aumentar o risco de rolagem e dos custos de empréstimos, o que pode exacerbar as vulnerabilidades da dívida, pois o Governo pode ser tentado a recorrer à reestruturação da dívida interna.
Actualmente, os títulos do Governo, principalmente do Tesouro, aumentaram em média cinco pontos percentuais em todos os três prazos desde o segundo semestre do ano passado.