Quatro dias depois do arranque da greve nacional que devia durar 25 dias prorrogáveis, a Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (APSUSM) decidiu neste domingo, 4 de Junho, suspender a paralisação, por um período de 15 dias, depois de terem sido alcançados alguns consensos com o Ministério da Saúde (MISAU).
Segundo o representante da Associação, Anselmo Muchave, o grupo decidiu suspender a greve, depois de as partes terem firmado alguns acordos relativos à disponibilidade do material de trabalho, remuneração e subsídio de motivação.
Por sua vez, o director Nacional dos Recursos Humanos ao nível do MISAU, Norton Pinto, revelou que um grupo representativo dos profissionais de saúde esteve a trabalhar com o Ministério desde o dia 20 de Abril, e que, nas reuniões realizadas, foram abordados vários assuntos que inquietam a classe, com destaque para a melhoria das condições de trabalho nas unidades sanitárias e para as recompensas financeiras e não financeiras.
“O importante é que interagimos com a contraparte e resolvemos alguns assuntos no sentido de melhorar a prestação dos serviços e garantir o bem-estar da população. No geral, tivemos consenso em todos os pontos e percebemos que há necessidade de maior comunicação”, disse Norton Pinto.
No que diz respeito aos inconvenientes causados no sector da saúde nos quatro dias de greve, a fonte avançou ser prematuro indicar quantos hospitais paralisaram as suas actividades e quantos pacientes foram prejudicados.
Durante o diálogo, ficou ainda acordado que ficam anuladas todas as faltas marcadas aos trabalhadores que aderiram à greve e que ninguém deve ser ameaçado aquando da sua apresentação no local de trabalho.
A greve dos profissionais de saúde teve início no passado dia 1 de Junho, em resposta às várias tentativas de diálogo com o Governo visando encontrar soluções para os diversos problemas que afligem a classe. Das inquietações do grupo, constam a falta de condições de trabalho e as baixas remunerações.