A embaixadora de Moçambique na China, Maria Gustava, pediu nesta sexta-feira, 2 de Junho, em Pequim, um maior acesso ao mercado chinês para os produtos lusófonos, assim como a existência de regras mais flexíveis para o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa.
Intervindo no 14.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF, na sigla em inglês), a diplomata disse ser importante ampliar as áreas do investimento chinês no País, sobretudo para o sector agrícola, o que vai permitir que muitos produtos sejam exportados.
Maria Gustava apelou às empresas chinesas a explorarem ao máximo o enorme potencial e as áreas de investimento existentes nos países lusófonos, com destaque para Moçambique, acrescentando que os mesmos apresentam grandes oportunidades.
“É com muita satisfação que recebemos a vontade da China em alargar a cooperação na área de infra-estruturas, pois vai tornar célere o desenvolvimento de muitos países que ainda carecem de postos de saúde, escolas e mais”, ressalvou.
A representante de Moçambique na China pediu maior flexibilização no acesso aos fundos, apontando para a necessidade de serem feitas algumas mudanças no Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, de modo que o mesmo tenha maior efectividade.
Por sua vez, o presidente do Fundo, Shi Wenju, admitiu que este pode ser gerido de forma mais flexível para motivar mais empresas a juntarem os seus interesses e explorarem oportunidades de investimento em países insulares.
“As empresas interessadas em obter apoio devem garantir um investimento mínimo de cinco milhões de dólares e o Fundo financia 20%”, clarificou.
Em Dezembro do ano passado, a China eliminou as taxas alfandegárias para 98% dos produtos importados da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, uma medida que, em Setembro, já tinha sido aplicada a Moçambique.
No valor de quase mil milhões de euros, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa foi criado há quase dez anos pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau.