A Embaixada do Japão e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram, esta terça-feira, na residência oficial do Japão em Moçambique, o acordo do Projecto de Reabilitação de Infra-estruturas para a Estabilização em Cabo Delgado, orçado em cerca de dez milhões de dólares.
“Este acordo que foi rubricado é para reconstruir as diversas infra-estruturas destruídas e engloba outros projectos mais pequenos também”, disse Hajime Kimura, embaixador do Japão em Moçambique.
Para o representante residente do PNUD, António Molpeceres, o Projecto de Reabilitação de Infra-estruturas para a Estabilização de Cabo Delgado “faz parte dos importantes esforços de recuperação da província”, dizendo “esperar que o mesmo beneficie cerca de 405 mil pessoas, sendo metade mulheres em diversos distritos, incluindo Palma, Mocímboa da Praia, Macomia e Quissanga, até meados de 2024”.
Com a contribuição de dez milhões de dólares do Japão, o projecto visa restabelecer a presença do Governo, restaurar serviços básicos e os meios de subsistência e contribuir para a protecção e a retoma dos investimentos de desenvolvimento económico dos sectores público e privado na província de Cabo Delgado.
“Gostaria de reafirmar o compromisso do PNUD em continuar a apoiar os esforços do Governo de Moçambique na estabilização da região Norte e agradecer novamente a contribuição do Governo japonês e dos demais parceiros de desenvolvimento no âmbito do Programa de Estabilização”, apontou António Molpeceres.
Para o representante da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), Haggai Maunze, “este acordo visa criar condições para a implementação do projecto de reconstrução que foi elaborado pelo PNUD no Programa de Estabilização que, por sua vez, está alinhado com o plano de reconstrução de Cabo Delgado, concebido e aprovado pelo Governo”.
“Em Cabo Delgado, precisamos de 300 milhões de dólares para a reconstrução dos cinco distritos: Quissanga, Macomia, Mocímboa da Praia, Muidumbe e Palma. No caso especifico deste projecto que hoje pudemos testemunhar a assinatura, vai ajudar à implementação de acções na área das infra-estruturas”, apontou Haggai Maunze.
Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) apontam que, após cinco anos de violência, a situação humanitária em Cabo Delgado continuou a agravar-se e o número de deslocados aumentou 20%, sendo que o total chegou a 946 508 no primeiro semestre de 2022.