A comissão internacional, liderada pela empresa sul-africana Fly Modern Ark, indicada pelo Governo no quadro da revitalização da imagem da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), revelou nesta segunda-feira (29) que companhia aérea nacional deixou de ser insolvente, isto após terem sido cobrados em Abril, 47,3 milhões de dólares em dívidas do Estado e dos privados.
“A posição de endividamento reduziu 47,3 milhões de dólares, melhorando assim o rácio de dívida sobre capital próprio e levando a LAM a deixar de ser considerada insolvente”, afirmou Sérgio Matos, gestor do projecto de reestruturação da empresa.
Intervindo durante a divulgação do relatório de actividades efectuadas no primeiro mês de actuação da comissão internacional, a fonte salientou que os ganhos registados nos últimos tempos resultam do impacto positivo da intervenção da empresa sul-africana Fly Modern Ark.
Como estratégia, o responsável apontou que está a ser feita a recuperação de verbas decorrente de serviços do transporte aéreo não pagos e o fim da venda de bilhetes a crédito, frisando que este esforço “fez com que a dívida da LAM caísse, mas não o suficiente para deixar de ser elevada, continuando ainda a situar-se acima dos 300 milhões de dólares”.
Sérgio Matos referiu que o plano de recuperação prevê que a Fly Modern Ark injecte “algum dinheiro” na transportadora e coloque mais aeronaves ao serviço, devendo chegar a Maputo dois aparelhos dentro de duas semanas.
“O objectivo é que a empresa tenha, no mínimo, entre 14 e 15 aviões contra os actuais sete, dos quais funcionam regularmente cinco, porque dois estão normalmente em manutenção prolongada”, explicou.
O responsável avançou ainda que o preço dos bilhetes da companhia foi reduzido em 30%, visando atrair mais passageiros e aumentar as receitas da empresa.
A transportadora aérea estatal moçambicana tem enfrentado nos últimos anos uma série problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo até de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
Uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), divulgada no final do ano, apontou a LAM como uma das empresas tecnicamente insolventes do sector empresarial do Estado, a sobreviver de injecções de capital e de garantias estatais para responder perante os credores, e, como tal, representando um elevado risco para a dívida pública.
Contratada para operar por um período de 12 a 18 meses, a Fly Modern Ark começou funcionar no País no dia 18 de Abril deste ano.