A Autoridade Tributária (AT) de Moçambique considera o cooperativismo agrícola como um potencial sector para a maximização de recursos internos, defendendo, para o efeito, a necessidade de uma maior aproximação da administração tributária ao cidadão e estímulo à melhor organização da cadeia de valor de produção nacional.
A AT justifica que esta necessidade é importante para responder à actual realidade macro-económica adversa, caracterizada por elevadas flutuações dos indicadores nacionais e globais, com uma desaceleração ampla e acentuada.
Esta informação foi partilhada esta segunda-feira, 29 de Maio, em Maputo, pelo director-geral do Gabinete de Estudos, Planificação e Cooperação Internacional na AT, Augusto Tacarindua, na abertura de uma conferência sobre o cooperativismo agrícola.
Segundo o responsável, apesar de Moçambique ser uma referência regional na produção do milho, mapira, feijão e mandioca, a mesma é maioritariamente feita pelo sector familiar, contribuindo consequentemente pouco para a riqueza gerada pelo País.
O responsável observou, entretanto, que a crise do custo de vida, o aperto das condições financeiras registado na maioria das economias desenvolvidas e o prolongamento dos conflitos têm afectado, de forma significativa, as perspectivas da economia mundial para o presente ano.
“É evidente que a desaceleração da economia mundial tem implicações negativas e é um factor que pode tornar vulnerável o desempenho da economia de Moçambique, afectando as metas estabelecidas em sede dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até ao presente ano”, disse Augusto Tacarindua, citado pelo jornal notícias.
Para o efeito, a AT conta com o Programa Nacional de Desenvolvimento Cooperativo que está a promover, em todo o País, a criação de gabinetes estratégicos de cooperativismo, constituindo estes uma plataforma de comunicação permanente entre os produtores e o Governo que, para além de dinamizarem a implementação da agenda nacional, permitirão maior celeridade e eficiência na disseminação da iniciativa como modelo organizacional ideal para a mobilização dos agentes económicos assentes na informalidade para a sua adesão ao cooperativismo.
Os dados da AT apontam que cerca de 87% da população moçambicana pratica uma agricultura familiar e que destes, 70% estão na agricultura de subsistência.