O banco central da África do Sul alertou para os riscos para a estabilidade financeira do país, devido às saídas de capitais e à possibilidade de sanções na sequência da acusação de um diplomata americano de fornecer armas à Rússia para ajudar a sua campanha na Ucrânia.
Estes riscos, juntamente com a ameaça de uma falha na rede eléctrica devido aos repetidos cortes de energia e à persistência de uma inflação elevada, aumentaram os riscos sistémicos para o sistema financeiro, afirmou o Banco de Reserva da África do Sul (SARB) no seu relatório semestral nesta segunda-feira, 29 de Maio.
Segundo o portal 360 Mozambique, este ano, a economia sul-africana foi atingida por uma série de factores negativos, tendo a economia mais avançada do continente enfrentado os piores cortes de energia de sempre, o que fez aumentar em milhares de milhões de rands os custos da actividade económica e as despesas das famílias.
Em Fevereiro, o país foi também colocado numa lista cinzenta pelo Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), um organismo intergovernamental de vigilância da criminalidade financeira, para o obrigar a aplicar normas de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.
A inclusão na lista negra do GAFI e as más condições económicas locais reduziram a participação estrangeira nas obrigações do Estado sul-africanas para 25%, contra 42% nos últimos cinco anos, segundo a análise da estabilidade financeira do SARB.
A estas questões locais seguiu-se, no início deste mês, um impasse diplomático com os EUA, quando um dos seus diplomatas acusou o país de fornecer armas à Rússia, o que levou a receios de sanções e a uma forte queda do rand.
As sanções contra a África do Sul tornariam “impossível financiar quaisquer fluxos comerciais ou de investimento, ou efectuar ou receber quaisquer pagamentos de bancos correspondentes em dólares americanos”, de acordo com o relatório.
Segundo o documento as instituições financeiras nacionais e o sistema financeiro do país continuam a resistir à recente turbulência no sector bancário mundial, mas uma combinação de factores globais e locais poderá pôr à prova a sua solidez para além dos próximos 12 meses.