Um grupo de trabalhadores filiados à Twigg Exploration & Mining, subsidiária da mineradora australiana Syrah Resources, que explora grafite no norte de Moçambique, acusou nesta quarta-feira (24) a empresa de despedir ilegalmente funcionários que estiveram envolvidos numa greve em Novembro na sua mina em Cabo Delgado.
“A greve foi colectiva e pacífica, mas a empresa despediu ilegalmente os 23 trabalhadores, escolhidos na altura para representar os outros funcionários durante a mediação”, explicou Tobias António, representante dos trabalhadores, todos oriundos de Cabo Delgado, citado pela Lusa.
Segundo o responsável, o caso dos despedimentos, que se arrasta desde Dezembro do ano passado, já foi submetido às autoridades de Cabo Delgado, com destaque para o Governo local, mas até agora não houve qualquer resposta.
Em Setembro de 2022, num comunicado enviado à bolsa de Sydney, a empresa australiana anunciou a suspensão das operações devido a uma “greve ilegal” organizada por um “pequeno grupo de empregados e colaboradores locais”, sublinhando que estava a trabalhar com representantes de sindicatos e do Governo moçambicano para iniciar negociações com os grevistas.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em Dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo com a multinacional de veículos eléctricos Tesla, que pretende usar a grafite da mina, descrita como um dos maiores depósitos deste tipo de minério “de qualidade” no mundo pela própria companhia australiana.