A Associação dos Profissionais de Saúde de Moçambique (APSUSM) marcou uma greve de 25 dias, a partir de 1 de Junho, que poderá ser desmarcada caso o Governo dialogue sobre a melhoria salarial e das condições de trabalho nos hospitais.
“Caso o Governo não abra espaço para dialogarmos, vamos paralisar as actividades por 25 dias prorrogáveis”, disse à Lusa o presidente da APSUSM, Anselmo Muchave.
O responsável avançou que os membros exigem melhores salários e condições de trabalho nas unidades de saúde, dada a falta de equipamentos nos hospitais, que agrava os riscos para a saúde dos profissionais e dos doentes.
A organização exige que a tutela solucione a falta de material de trabalho, incluindo luvas, soros e equipamento de Raios-X, sublinhado o presidente que a carência de meios expõe os trabalhadores do sector da saúde ao perigo de infecções, responsáveis por “mortes que as estatísticas não mostram. Os pacientes são obrigados a comprar soro”, nas unidades de saúde, enfatizou Anselmo Muchave.
A fonte assinalou ainda que a sua organização enviou cartas ao Ministério da Saúde (MISAU) para discussão do caderno reivindicativo dos profissionais do sector, mas este tem-se recusado a dialogar sob o argumento de que a associação não é legalmente reconhecida por ainda não ter os seus estatutos publicados no Boletim da República. Anselmo Muchave relembrou que a organização que representa é constituída por mais de dez mil enfermeiros, técnicos de laboratório, técnicos de saúde, auxiliares e motoristas do Serviço Nacional de Saúde.
Por outro lado, prosseguiu, os profissionais da classe discordam dos salários da Tabela Salarial Única (TSU), o novo quadro remuneratório na administração pública fortemente contestado por várias classes profissionais.
No final do último ano, outra organização, a Associação Médica de Moçambique (AMM), fez uma greve de 19 dias em protesto contra a TSU, alcançando acordos com o Governo nalguns pontos do caderno reivindicativo.