O Presidente da República, Filipe Nyusi, pediu nesta terça-feira (23), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, mais apoio da comunidade internacional com vista ao reforço das acções de ajuda humanitária aos civis que vivem em situação de vulnerabilidade devido ao terrorismo que afecta a província de Cabo Delgado desde 2017.
“Gostaríamos de pedir mais apoio internacional, isto por parte de todos, dada a dimensão das destruições impostas e o sofrimento actualmente vivido pelas populações civis afectadas pelo terrorismo na região de Cabo Delgado”, apelou o chefe de Estado, durante um debate de alto nível do Conselho de Segurança (CS) sobre Protecção de Civis em Situação de Conflito.
Na sua intervenção, o estadista reiterou que o País está comprometido a contribuir para o alcance da paz à escala global, revelando que, para tal, nos próximos dias, vai manter contacto com representantes de países que vivem em situação conflituosa.
“Não se deve dar razão aos conflitos que levam à perda de vidas humanas, e enquanto membro não-permanente do Conselho de Segurança, Moçambique reafirma o compromisso de continuar a dar o seu contribuo no reforço à paz e segurança internacional, o que é extremamente importante”, avançou Filipe Nyusi.
O Presidente disse, igualmente, ser crucial que o mundo se posicione com mais vigor contra todas as formas de conflito.
“Apelamos ao Conselho de Segurança para que prossiga com os esforços a cessação de hostilidades em todos os conflitos que ceifam vidas humanas, colocando milhares de civis inocentes em situação de vulnerabilidade extrema”, concluiu.
A província de Cabo Delgado tem vindo a ser afectada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região. O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.