Moçambique registou, em 2022, um crescimento de 16,5% das importações de bens, tendo totalizado 9,1 mil milhões de dólares (o equivalente a 54,2% do PIB) quando comparado com os 7,8 mil milhões de dólares registados em 2021.
Os dados constam no boletim anual da balança de pagamentos, divulgado recentemente pelo Banco de Moçambique (BdM), a que o DE teve acesso. Segundo o documento, o montante não inclui o valor da plataforma flutuante da Coral Sul FLNG, visto que, adicionando este, os gastos fixar-se-iam nos 13,3 mil milhões de dólares.
No geral, o relatório indica que o incremento dos gastos foi influenciado, fundamentalmente, pelo aumento na importação de bens intermédios, com destaque para os combustíveis, devido à subida dos preços no mercado internacional e aos efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“Os bens de capital tiveram uma contribuição de 41,4% sobre o total de importações, apresentando um fluxo anual de 5,5 mil milhões, o equivalente a 32,8% do PIB, justificado, essencialmente, pelo aumento na importação de maquinaria diversa, dos quais cerca de 80% correspondem à plataforma flutuante. Os bens intermédios tiveram um peso de 27,6% sobre o total das importações – 3,6 milhões de dólares – , com destaque para alcatrão e betumes, bem como adubos e fertilizantes”, detalha o documento.
O boletim aponta, igualmente, que “os gastos com os bens de consumo situaram-se em 2,1 mil milhões de dólares, com um peso de 16,4% sobre a factura total das importações”.
A Coreia do Sul foi o principal país de origem das importações moçambicanas, com um peso de 32% do total, seguida pela África do Sul, Emirados Árabes Unidos, China, Índia e Singapura, com 15,6%, 10%, 7,2%, 5,7% e 4,6% do peso total dos gastos do País, respectivamente.