A empresa estatal de electricidade da África do Sul, Eskom, poderá ter de aumentar os cortes de energia para um nível sem precedentes este Inverno, disse o executivo da empresa, Segomoco Scheppers, nesta quinta-feira, 18 de Maio, numa altura em que o país enfrenta a pior crise de energia.
Muitas famílias e empresas da economia mais industrializada de África já enfrentam cortes de electricidade programados por mais de dez horas por dia, em grande parte devido a avarias na frota de centrais eléctricas a carvão da Eskom.
Prevê-se que o fosso entre a oferta e a procura aumente nos próximos meses de Inverno, à medida que as pessoas ligam os seus aquecedores, colocando uma pressão adicional sobre a rede.
“Este vai ser um Inverno muito difícil”, afirmou o executivo do grupo Eskom, numa conferência de imprensa.
“A Eskom ainda não foi além da fase seis dos cortes de energia, que requerem a retirada de seis mil megawatts da rede nacional. Este Inverno poderá passar para a fase oito”, disse Segomoco Scheppers, que exigirá até oito mil megawatts, o que se traduz em 16 horas de cortes num ciclo de 32 horas.
A “fase oito é apenas um cenário para o qual a Eskom se está a preparar se as suas intervenções não forem eficazes”, disse Segomoco Scheppers, explicando que os cortes de energia são necessários para evitar o colapso da rede.
“A alternativa, que é um apagão, é realmente um cenário de pesadelo porque é uma situação descontrolada em que todo o país perde o fornecimento”, sublinhou o responsável, acrescentando que “a probabilidade de isso acontecer é muito baixa”
Os cortes de energia tiveram um impacto grave na economia da sul africana, reduzindo o PIB em cerca de 5% em 2022, comunicou a Eskom.