Existem muitas aldeias flutuantes em todo o mundo, incluindo as da Ásia, da Nigéria e de Veneza, na Itália. No entanto, a do lago de Ganvié, na República do Benim, na África Ocidental, é única por ser a maior aldeia flutuante de África.
A aldeia de Ganvié é um lugar extraordinário onde vivem muitas pessoas, com escolas e mercados. É um testemunho da criatividade e resiliência humanas.
As casas têm desenhos fantásticos e permanecem intactas porque recebem apoio das palafitas que as elevam acima da água e as seguram no fundo da água.
As pessoas que vivem em Ganvié são o povo Tofinu. Esta tribo depende fortemente da pesca para a sua subsistência e desenvolveu um profundo conhecimento do ecossistema circundante. Apesar de enfrentar desafios como a poluição e a sobrepesca, o povo de Ganvié continua a ser resistente e orgulhoso do seu património. Devido à natureza peculiar da aldeia do Lago Ganvié, o povo de etnia Tofinu é também descrito como “O Povo da Água do Benim”.
A questão, no entanto, é saber porque é que o povo Tofinu de Ganvié escolheu viver nas casas de água em vez de viver na terra.
A história de Ganvié é verdadeiramente fascinante. A aldeia foi construída há 400 anos, na época da escravatura, mesmo no meio do Lago Nokoué. Diz a lenda que, no século XVIII, a etnia indígena Tofinu construiu Ganvié como táctica para se esconder da tribo Fon (povo poderoso e opressor), no antigo reino do Daomé.
O povo Fon usava a sua superioridade para raptar, brutalizar e vender outras tribos a mercadores de escravos. Os soldados do reino do Daomé capturavam e vendiam-nos aos comerciantes portugueses.
Os poderosos guerreiros da tribo Fon tinham, no entanto, uma grande fraqueza: acreditavam que um demónio sagrado ocupava o lago Nokoué. Esta crença impedia-os de entrar no rio ou de se aproximarem do lago Ganvié. Os Tofinu foram suficientemente espertos para se aperceberem deste facto e tirarem partido da situação, e construíram rapidamente casas para o seu povo neste lago sagrado. Esta abordagem única permitiu lhes escapar à opressão dos soldados e prosperar na sua nova aldeia flutuante. Depois disso, o povo Tofinu deu à aldeia o nome de ‘Ganvié’, que significa “estamos salvos”.
Hoje, 400 anos depois, a aldeia continua de pé. Ganvié tem actualmente mais de três mil edifícios, incluindo uma estação de correios, uma escola, um banco e até um hotel.
É possível visitar Ganvié?
Sim, é possível visitar Ganvié. A maior aldeia flutuante de África é acessível por barco e oferece uma experiência única aos visitantes que queiram conhecer a cultura e o modo de vida do seu povo. Se tenciona conhecê-la, organize uma visita guiada com um operador turístico local que o possa ajudar a navegar pela aldeia e a conhecer melhor a sua história e tradições.
Fonte: Futher Africa