O encerramento da empresa britânica Plexus em Moçambique deixou um vazio no sector da produção de algodão, apresentando assim uma oportunidade de investimento aos que pretendem entrar no mercado.
Segundo noticia o portal Further Africa, a procura activa de novos investidores por parte do Governo moçambicano para relançar a produção de algodão nas províncias de Nampula e Cabo Delgado representa um argumento convincente do ponto de vista financeiro para investir no algodão no País.
Em Dezembro último, a Plexus, uma das maiores empresas de algodão em Moçambique, paralisou a sua actividade devido a dificuldades financeiras. O facto perturbou a produção de algodão em Cabo Delgado, uma vez que a Plexus era a principal compradora de algodão em bruto aos produtores locais. No entanto, sem a entrada de novos investidores, o futuro da produção de algodão na região permanece incerto.
Para o Governo, a produção de algodão tem uma importância estratégica, pois constitui uma fonte de rendimento vital para as famílias rurais e contribui para as receitas de exportação. Recentemente, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, reconheceu os desafios enfrentados pelo sector do algodão, incluindo o abandono da produção e a má gestão por parte de algumas empresas.
“O declínio da produção de algodão, com uma queda significativa de 45 800 toneladas na campanha agrícola de 2020-2021 para 20 mil toneladas no ano passado, sublinha a necessidade urgente de uma produção comercial sustentada de algodão em Moçambique. Os esforços proactivos do Governo para procurar novos investidores reflectem o seu empenho em proteger os meios de subsistência dos produtores de algodão nas regiões afectadas”, lê-se ainda no mesmo portal.
Em Janeiro deste ano, as dificuldades financeiras da Plexus resultaram em problemas de pagamento de salários, estando mais de 300 trabalhadores com dez meses de atraso. Em resposta, o Governo interveio mediando as negociações entre as empresas de algodão e os agricultores, com o objectivo de resolver a situação e garantir a estabilidade dos rendimentos.
Durante as negociações, foi acordado um preço mínimo ao produtor de 33 meticais por quilograma de algodão em bruto. Este preço mantém-se consistente com o do ano anterior e o Governo concedeu um subsídio de seis meticais por quilograma para proteger os rendimentos dos agricultores. Estas medidas sublinham o empenho do Executivo em manter uma indústria de algodão viável e em fomentar a confiança dos investidores.
“O investimento no algodão moçambicano oferece várias vantagens do ponto de vista financeiro. Em primeiro lugar, é um mercado que se mantém robusto, tanto a nível nacional como internacional. Sendo um produto versátil com aplicações em vários sectores, como o têxtil e o vestuário, o algodão continua a ter uma procura global. Ao investir no algodão moçambicano, os investidores podem explorar este mercado em crescimento e beneficiarem-se potencialmente da procura crescente de produtos de algodão de alta qualidade”, frisa o Further Africa.
Além disso, a atitude proactiva do Executivo moçambicano na revitalização da produção de algodão demonstra a sua vontade de prestar apoio e criar um ambiente propício ao investimento. Através da procura de novos investidores e da implementação de medidas como preços mínimos ao produtor e subsídios, o Governo pretende assegurar a rentabilidade e a estabilidade do sector do algodão. Este compromisso pode mitigar os riscos e aumentar o potencial de sucesso dos investimentos.
Os investimentos no algodão moçambicano podem, igualmente, contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do País.