Moçambique e Zimbabué assinaram esta quarta-feira, 17 de Maio, em Harare, acordos de partilha e gestão conjunta de recursos hídricos para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas, que têm fustigado a região austral de África, e para a disponibilização de dados sobre o risco de desastres naturais.
Os acordos foram rubricados pelo ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, e pelo titular da pasta da Terra, Agricultura, Pescas, Água e Desenvolvimento Rural do Zimbabué, Anxious Musuka, e testemunhados pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e seu homólogo Emmerson Mnangagwa.
Segundo Carlos Mesquita, o acto constitui a continuidade de um trabalho iniciado no ano passado no Reino de Essuatíni e da África do Sul, no âmbito do protocolo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre gestão e desenvolvimento de recursos hídricos, particularmente das bacias partilhadas.
Trata-se, segundo o governante, de três acordos específicos que visam o estabelecimento de uma gestão das bacias hidrográficas dos rios Búzi, Púnguè e Save, desenvolvimento e gestão sustentável dos recursos hídricos e criação de uma comissão conjunta de conhecimento das bacias partilhadas.
Carlos Mesquita referiu que o protocolo da SADC sobre a matéria permite uma gestão mais eficaz não só da água, como também a partilha de dados de forma atempada sobre o estágio das barragens dos países vizinhos.
“Tudo isto tem que ver com a nossa preparação para fazer face às mudanças climáticas, que têm impacto profundo na alteração do meio ambiente, e queremos, com os nossos parceiros, privilegiar a disponibilidade de água para o consumo, agricultura, turismo e indústria”, explicou o ministro moçambicano, citado pelo jornal notícias.
Carlos Mesquita falou também da abertura de Moçambique para cooperar com o Zimbabué na área das estradas, tendo referido que empreiteiros zimbabueanos poderão participar em concursos públicos para a construção de rodovias no País.