O Fundo Global de Combate à SIDA, Tuberculose (TB) e Malária revelou nesta terça-feira (16) que destinou cerca de um milhão de dólares em financiamento de emergência a Moçambique para mitigar o impacto das cheias e do ciclone Freddy nos programas de malária levados a cabo nas províncias localizadas na zona sul do País.
De acordo com a instituição, citada pelo portal de informações humanitárias ReliefWeb, a devastação causada pelo ciclone aumentou o risco de transmissão da malária, principalmente para as populações deslocadas, devido ao aumento de corpos de água estagnados que se tornaram locais de reprodução de mosquitos.
Segundo o chefe de gestão de subsídios do Fundo, Mark Edington, a verba alocada servirá para ajudar na prevenção da transmissão da malária, reduzindo a sua potencial importação para áreas não tão severamente afectadas.
“Pretendemos proteger potenciais surtos, o que é fundamental, assim como garantir que os ganhos obtidos no sul de Moçambique sejam mantidos, algo essencial para o cumprimento da agenda de eliminação da malária do País”, disse.
Mark Edington secundou ainda que os fundos complementam a subvenção regional “MOSASWA”, um acordo trilateral entre os Governos de Moçambique, África do Sul e Essuatíni, que visa trabalhar de forma colaborativa para acelerar a eliminação da malária na região sudeste de África.
No entanto, director executivo do Fundo, Peter Sands, recordou que o ciclone Freddy deslocou mais de 184 mil pessoas, que buscaram abrigo em centros de acomodação, destruiu mais de 132 mil casas, deixando mais de 640 mil desabrigados, danificou mais de 1017 escolas e mais de cinco mil quilómetros de estradas, frisando que as inundações trazidas resultaram no aumento de infecções por malária.
“Mais uma vez, vemos como as mudanças climáticas afectam as pessoas, especialmente aquelas que já vivem em situação vulnerável. Trazem doenças mortais e a malária é uma delas”, frisou.
Moçambique carrega uma das maiores cargas de HIV, TB e malária do mundo e os seus recursos humanos para a saúde enfrentam barreiras significativas. Nesse ambiente operacional desafiador, e devido, em grande parte, aos esforços de defensores e agentes comunitários de saúde, o País obteve ganhos sólidos contra as três doenças.
O investimento do Fundo Global em Moçambique engloba quatro doações principais de até um total combinado de 744 milhões de dólares. Em 2021, mais de 22 mil pessoas morreram de malária no País.