Os trabalhadores da Moçambique Telecom (Tmcel) querem saber os critérios que serão usados pela Direcção da empresa de telecomunicações para a redução da massa laboral fixada em 60%.
Durante a sessão de perguntas ao Governo, que teve lugar semana passada na Assembleia da República (AR), o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, anunciou que a viabilização da empresa passará por vender um mínimo de 80% das acções, pela assumpção, por parte do Governo, de todas as dívidas e empréstimos daquela e e pela redução da força de trabalho em 60%.
Segundo Mateus Magala, que falava aos deputados, a medida deve-se à insustentabilidade das dívidas contraídas junto dos fornecedores.
Falando esta segunda-feira, 15 de Maio, em Maputo, em conferência de imprensa que antecedeu a reunião com todos os trabalhadores da Tmcel, o secretário do Comité, Fausto Maurício, disse que, durante o processo de redução da força de trabalho, propôs, numa primeira fase, que a decisão de rescindir contrato seja voluntária do trabalhador, facilitando a negociação com a gestão da empresa.
Mas a notícia sobre a redução de 60% da força de trabalho causou uma enorme preocupação nos trabalhadores.
“É por essa razão que hoje decidimos ter um encontro de reflexão, para, juntos, nos sentarmos e reflectirmos sobre este tema, porque não sabemos exactamente quais foram os critérios que estiveram por detrás da definição deste percentual de forma exacta”, afirmou, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Mateus Magala tinha anunciado, igualmente, no Parlamento, a necessidade de medidas urgentes para salvar a empresa, porque esta “perdeu a capacidade de honrar os seus compromissos, incluindo o não pagamento de salários”.
Mas o secretário do comité de empresa, Fausto Maurício, referiu que a situação na Tmcel é melhor do que a descrita pelo ministro dos Transportes e Comunicações. “A situação é boa, porque estamos a sentir um ritmo de mudança”, assegurou. “Estamos a sentir a melhoria das operações da empresa relativamente à implantação de novos sistemas e novas redes, mas também na questão do pagamento de salários”.
De acordo com o Governo moçambicano, a Tmcel tem uma dívida superior a 400 milhões de dólares.