Moçambique está a dar passos em frente para revitalizar o seu projecto de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado.
Em Fevereiro de 2023, o Presidente da República, Filipe Nyusi reuniu-se com o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, em Pemba, para discutir as perspectivas do projecto. Embora tenham sido feitos progressos para garantir a estabilidade e a segurança na região, o principal obstáculo reside na revisão da estrutura de custos defendida pelos principais subcontratante envolvidos nas operações onshore e offshore.
Segundo noticiou o portal Further Africa, este sábado, reconhecendo a importância do projecto, Filipe Nyusi mobilizou funcionários do Governo para resolver a situação e procurar uma solução com os subcontratantes para que o projecto arranque rapidamente. No passado mês de Abril, o ministro moçambicano dos Recursos Minerais e da Energia, Carlos Zacarias, realizou uma reunião crucial em Maputo com representantes dos principais empreiteiros e subempreiteiros, juntamente com a empresa Empresa Nacional dos Hidrocarbonetos (ENH) e a TotalEnergies.
De acordo com o mesmo portal, a abordagem, liderada pelo chefe de Estado moçambicano, demonstra o apoio do Executivo ao operador do projecto durante as negociações, centrando-se na obtenção rápida de acordos sobre os custos, de modo que respeitem os prazos estabelecidos. “Como resultado, o operador identificou elementos de custo seleccionados e planeia relançar alguns concursos para pacotes fora do âmbito dos contratantes principais”, refere o Further Africa.
O relançamento do projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) constitui uma oportunidade significativa para Moçambique, atraindo investimentos, criando empregos e estabelecendo uma posição no mercado global de gás natural. Com um ímpeto renovado, em parte devido à volatilidade do mercado criada pelo conflito ucraniano, Moçambique espera ver o projecto retomado e reforçar a confiança dos investidores, levando a um maior desenvolvimento da sua economia.
Após o recente arranque da plataforma FLNG Coral Sul da italiana ENI no final do ano passado, a aspiração de Moçambique de se tornar um actor-chave no mercado de GNL parece cada vez mais uma realidade próxima e a abordagem colaborativa adoptada para enfrentar os desafios de custos é um testemunho do compromisso da Nação com este objectivo.