Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, alerta que quanto maior for o consumo de açúcares livres, maior será o risco de problemas cardiovasculares.
O grande desafio está em controlar a ingestão deste tipo de carboidrato, facilmente presente (sob a forma de açúcar adicionado pela indústria) em vários alimentos, como iogurtes, bolachas, compotas, sumos e também no mel.
Segundo a investigação, por cada 5% de ingestão de açúcares livres no total de energia consumida, o risco de doença isquémica do coração sobe 6%, o risco de doença cardiovascular total aumenta 7% e o risco de acidente vascular cerebral (AVC) aumenta 10%.
Publicado na revista científica BMC Medicine, o estudo analisou a alimentação de 110 497 pessoas com idades entre os 37 e os 73 anos, cujos hábitos foram monitorizados durante nove anos e quatro meses através do UK Biobank (banco de dados biomédicos de grande escala do Reino Unido).
Inicialmente, nenhum dos participantes do estudo tinha diabetes ou doenças cardiovasculares diagnosticadas. Já no final da análise, 4188 participantes foram diagnosticados com doença cardiovascular, dos quais 1142 tiveram um AVC.
Os autores do estudo defendem, assim, que uma “maior ingestão de açúcar livre foi associada a maior ocorrência de doenças cardiovasculares e maiores concentrações de triglicerídeos em todas as lipoproteínas”. No entanto, apresentam também uma solução: a maior ingestão de fibras e, dizem, basta um aumento de 4% por dia, assim como “a substituição de amido refinado de grãos e açúcares livres, por amido integral e açúcares não livres, respectivamente, podem servir como escudo protector contra estas doenças”.
Os açúcares livres estão patentes em quase todos os alimentos processados, cuja adição de açúcares pela indústria pode ser encontrada no rótulo através dos nomes glucose, frutose e sacarose, por exemplo. Estão também presentes em frutas e vegetais, mas os benefícios do consumo destes alimentos, ricos em vitaminas e minerais, supera largamente o não consumo.