O director geral da Total Energies, Maxime Rabilloud, afirmou que a empresa que dirige criou, até 2023, cerca de seis mil postos de trabalhos directos fora do projecto de GNL, número que poderá aumentar até 2025, ano em que se espera a criação de dez mil postos de trabalho também directos, no âmbito da articulação existente entre a Total Energies e o Governo de Moçambique.
Maxime Rabilloud falava esta quinta-feira, 11 de Maio, durante uma audiência concedida pela ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Talapa, na qual frisou que “no âmbito do projecto GNL, a abordagem na criação de postos de trabalho privilegia a população do distrito de Palma, na província de Cabo Delgado e, nesta senda, está a ser providenciada ajuda aos jovens na criação de pequenas empresas constituídas maioritariamente por jovens formados pelo Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC)”.
Por sua vez, a ministra do Trabalho referiu que, não obstante o retrocesso criado pelos ataques terroristas, o Governo está a envidar esforços no sentido de garantir o restabelecimento da segurança e da estabilidade naquela província.
Margarida Talapa mostrou disponibilidade por parte do sector que dirige em coordenar-se com a empresa que opera no ramo de petróleo e gás, com vista à implementação com sucesso da eventual retoma do projecto de gás natural liquefeito na Bacia do Rovuma. De acordo com a governante, “o projecto de GNL é estratégico para Moçambique, sobretudo pelas oportunidades de postos de trabalho que irá gerar, assim como pelo treinamento a que os moçambicanos serão submetidos”.
A dirigente aproveitou a ocasião para destacar a recente aprovação pelo Executivo da revisão geral da Lei do Trabalho, como forma de atracção de investimento directo estrangeiro em Moçambique, aguardando-se apenas a sua apreciação positiva pela Assembleia da República.
Por seu turno, o director geral da Total Energies deu a conhecer a Margarida Talapa que existe já um trabalho a ser feito com vista à compensação das famílias vítimas dos ataques terroristas, num universo de 600 a serem beneficiadas, em que 400 já beneficiaram de valores monetários pagos nesse âmbito, faltando abranger as outras 200 famílias.
Refira-se que o Governo de Moçambique criou um projecto designado “Cabo Delgado em Reconstrução”, com o objectivo de repor a normalidade naquela província que foi alvo de ataques terroristas.
Respondendo a esse chamado do Governo e no âmbito da política de responsabilidade social da petrolífera, o director geral da Total Energies salientou que, em coordenação com o Executivo, através dos Ministérios do Interior e da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, e em parceria com os bancos comerciais, a empresa pretende registar e documentar as famílias que perderam os seus documentos, nomeadamente os bilhetes de identidade, NUIT, cartões bancários, cédulas de nascimento, entre outros.
Nesse sentido, a ministra sugeriu o envolvimento do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) na actividade de documentação dos deslocados, no que concerne à inscrição dos Trabalhadores por Conta Própria (TCP).