A literacia financeira deve fazer parte da nossa vida desde muito cedo, o mais cedo possível. É importante que as crianças comecem a ter noção do que é o dinheiro e que sejam chamadas à responsabilidade de fazer a gestão do seu próprio. Tal permitirá que entendam a importância de uma boa gestão para ter uma carteira saudável e feliz.
Contudo, nem sempre é fácil explicar e educar os mais pequenos neste sentido. Isto porque, mesmo sabendo da importância da literacia financeira na sua vida, a questão que os pais levantam muitas vezes é: a partir de que idade e como o posso fazer? Não existe uma fórmula mágica. Aliás, não existe apenas uma fórmula… O truque passa mesmo por adaptar os conceitos às idades.
Por isso, neste artigo vamos explicar-lhe, por idades, quando é que deve começar a introduzir conceitos financeiros e de poupança, quando é que deve começar a dar dinheiro aos mais pequenos e se é mais adequada a semanada ou a mesada.
A partir dos 3/4 anos
Também conhecida como a idade dos porquês, este é também o momento em que os mais pequenos começam a fazer os seus primeiros pedidos. Por isso, é fundamental começar a explicar-lhes que o dinheiro não nasce nas árvores, não cai do céu e não é um recurso ilimitado. Aproveite para falar sobre o “valor” do dinheiro e explicar-lhe que existe uma relação entre o este e a capacidade de adquirir coisas, por exemplo.
A partir dos 6 anos
Mais tarde, na altura em que as crianças entram para a escola, poderão ser introduzidos novos conhecimentos. Uma vez que começam a ficar familiarizadas com números e contas, podem começar a aplicar os ensinamentos na gestão do seu próprio dinheiro.
Aproveite ainda para começar a introduzir os princípios básicos da poupança e da gestão do dinheiro. Pode até deixar que a criança “pague” pequenas compras e ajudá-la a verificar o troco, por exemplo.
A partir dos 10/12 anos
Com a entrada dos mais novos no 2.º ciclo de ensino, é normal que surja a necessidade de existir uma semanada, para que possam, assim, fazer face às pequenas necessidades diárias como, por exemplo, os lanches, os almoços ou até mesmo as famosas folhas de teste.
Embora não seja aconselhável dar valores muito altos às crianças, é fundamental que, por muito pouco que seja o dinheiro, saibam geri-lo da melhor maneira e que consigam, já nesta idade, perceber as prioridades e no que devem, ou não, gastá-lo. No futuro pode vir até a aumentar o valor da semanada para fazer face às necessidades crescentes ou até mesmo como forma de recompensa da boa gestão do dinheiro.
Nesta etapa deve também começar a introduzir algumas noções relacionadas com o orçamento familiar.
A partir dos 13 anos
Finalmente, na adolescência, os gastos começam a ser superiores, uma vez que a vida social começa a ter um certo peso nas suas vidas e nas suas economias.
Para os adolescentes que fizerem uma boa introdução à literacia financeira no início da sua vida, vai ser mais fácil perceber como devem gerir o seu dinheiro, no que devem gastar e como podem poupar e ajudar. Para os adolescentes que não têm estes conhecimentos, nunca é tarde.
Nesta idade aconselhamos a mesada no lugar da semanada, para que possa estimulá-lo na gestão do dinheiro ao longo do mês. Esta é uma boa oportunidade para reforçar a diferença entre o desejo e a necessidade, entre o essencial e o supérfluo. A mesada deve ser sempre gerida de acordo com estes conceitos, passando a ideia de que há compromissos mensais que têm de ser sobrepostos aos desejos imediatos e que é importante fazer uma poupança para o futuro.
Nunca é tarde…
Acabou de ler o nosso artigo e está preocupado porque ainda não começou a introdução da literacia financeira juntos dos mais novos? Embora aconselhemos que quanto mais cedo melhor, também defendemos a ideia do “nunca é tarde demais”. Sendo as crianças e adolescentes o futuro e a próxima geração que irá lidar com a economia, o emprego, os créditos e as dívidas, é muito importante que estes conhecimentos sejam passados, tarde ou cedo. Uma vez que, até mesmo os próprios adultos, têm por vezes alguma dificuldade em gerir o orçamento familiar e acabam por aprender e encontrar maneiras de melhorar a sua saúde financeira.
Fonte: Doutor Finanças