A Klosterbrauerei Neuzelle, uma empresa alemã de produção de cerveja, pretende introduzir no mercado, no final do ano, uma cerveja em pó. A intenção é conseguir um produto que reduza significativamente o impacto num sector com uma enorme pegada ambiental.
A cerveja é composta por 90% de água, pelo que os milhares de milhões de litros de cerveja que são distribuídos no mundo são, na sua maioria, água. De acordo com um relatório da revista Scientific American, o director executivo da empresa Heineken anunciou o compromisso da empresa de atingir a neutralidade total em termos de carbono até 2040.
À medida que esta enorme e antiga indústria se esforça para se tornar mais ecológica, uma possibilidade que está a ganhar terreno é a de reduzir a pegada de carbono das bebidas retirando temporariamente grande parte da água da sua comercialização.
O processo de fabrico da cerveja em pó permitiria poupar custos e recursos e reduzir o peso do transporte em 90%. Se tudo correr como planeado, a Klosterbrauerei Neuzelle chegará ao mercado com o seu produto ainda este ano. No processo de investigação que conduziu a este produto, a BMW e o Ministério Federal da Economia alemão participaram com o seu financiamento.
Para além do produto que estará à venda dentro de alguns meses, a grande dúvida é se esta cerveja terá realmente um bom sabor e será capaz de competir com as tradicionais. Os cervejeiros salientam que o seu sabor não é diferente do das tradicionais, com a sua camada de espuma. A Klosterbrauerei Neuzelle afirmou que as primeiras provas de cerveja com a bebida em pó foram prometedoras. Na degustação, percebe-se um pouco de malte.
Segundo o portal Magnet, o produto chegará num envelope. A empresa chamou-a de cerveja mais seca e distingue-se das outras tentativas de cerveja em pó pelo facto de conter álcool e ser gaseificada. Stefan Fritsche, director-geral da cervejeira, afirmou que “é a primeira cerveja em pó completa já produzida e pode mudar o mundo”.
A ideia do produto é tão simples como adicionar água ao pó, mexer algumas vezes e a cerveja está pronta. O plano é que, no futuro, possa ser produzida em grandes fábricas e entregue aos engarrafadores locais. Estes podem então misturá-la com água, engarrafá-la e vendê-la localmente como cerveja. De acordo com a empresa, a bebida é rica em dextrina e solúvel em água. As dextrinas são produtos de degradação do amido que consistem em várias moléculas de açúcar simples e encontram-se na cerveja. Antes do consumo, o pó deve ser misturado com água gaseificada ou, em casos excepcionais, com água da torneira.
Na prática, as cervejarias poderão comprar estes pacotes de pó e adicioná-los às bebidas que servem aos clientes. De acordo com os criadores, esta solução fará sentido para as cervejeiras que sirvam mercados distantes, enquanto as pequenas e médias cervejeiras locais continuariam a fabricar e a engarrafar cerveja de forma convencional.