A equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) que esteve em Moçambique na passada semana classificou, este sábado, 6 de Maio, como “construtivas e frutíferas” as conversações com as autoridades para aprovar a segunda revisão do programa financeiro com o País.
Em comunicado, a organização refere que “a equipa do FMI tem mantido conversações construtivas e frutíferas com as autoridades moçambicanas sobre as políticas económicas e financeiras para apoiar a aprovação da segunda revisão do programa ao abrigo do acordo ECF (Extended Credit Facility)”.
A equipa do FMI foi liderada por Pablo Lopez Murphy, e terminou na sexta-feira mais uma visita ao País que decorreu desde 24 de Abril, sendo que as discussões no contexto da segunda revisão irão continuar em formato virtual e através do gabinete do representante residente do FMI em Maputo.
O corpo técnico do FMI refere, na mesma nota, que “a recuperação económica de Moçambique ganhou ímpeto” depois do covid-19, com um crescimento de 4,1% em 2022 e uma previsão de 5% este ano, em parte graças ao gás natural.
“O desempenho fiscal em 2022 foi mais baixo do que o previsto, com o défice primário (após doações) de cerca de 0,5% do PIB acima da meta”, indicou o FMI. Neste sentido, a equipa do fundo “encoraja o Governo a prosseguir com medidas adicionais para reduzir a massa salarial anual”, ponto que considera “fundamental para salvaguardar a sustentabilidade fiscal”.
“O Governo fez um progresso contínuo ao nível das reformas estruturais” que integram o programa financiado pelo FMI, mas considera haver “espaço para eliminação de mais isenções de IVA que não afectam as camadas mais vulneráveis”.
Durante a visita a Moçambique, a equipa do FMI reuniu-se com o primeiro-ministro, Adriano Maleiane, com o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela e com o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.
A missão reuniu-se igualmente com representantes da sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e sector privado.
O FMI concedeu há um ano um financiamento de 470 milhões de dólares (445 milhões de euros), a aplicar até 2025.