O novo relatório “Liberdades de Imprensa e Direitos Humanos em Moçambique” do Instituto para a Comunicação Social da África Austral (MISA, na sigla em inglês), organização de defesa da liberdade de imprensa, aponta para uma “redução significativa de atentados contra jornalistas” no País, em 2022, mas realça que “há medo e falta de registos”.
Segundo o relatório, citado pela Lusa, no último ano registaram-se 11 casos identificados como “atentados” contra profissionais da comunicação social, comparando com os 23 de 2021, “o que representa uma redução de 36%”, nota o Instituto para a Comunicação Social da África Austral.
No entanto, “a redução resulta do ambiente de medo ainda instalado em Moçambique”, o que contribui para a autocensura dos jornalistas que cobrem assuntos sensíveis”, referiu o director-executivo do MISA, Ernesto Nhanale.
O outro factor, segundo o responsável, é “a estratégia de conciliação directa entre a vítima e o agressor, o que nem sempre permite o registo e a documentação de evidências em relação aos casos”.
O relatório sobre “Liberdades de Imprensa e Direitos Humanos em Moçambique” dedica ainda uma parte do seu conteúdo ao discurso público na Internet, denunciando “a prevalência de níveis preocupantes de violações dos direitos humanos, com as mulheres a figurarem na lista das principais vítimas”.