A missão de avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) que se encontra no país desde segunda-feira passada, no âmbito do trabalho para o novo plano de apoio, reuniu-se esta terça-feira, 2 de Maio com a Confederação das Associações Económicas (CTA), para o processo de consultas sobre a situação macro-económica nacional.
Na ocasião, o chefe da missão do FMI em Moçambique, Pabblo Lopez Murphy, explicou: “estamos aqui apenas para nos inteirarmos sobre os maiores desafios que os empresários enfrentam em Moçambique, pois acreditamos que este é um importante começo no diálogo com o Governo moçambicano”.
Mas quais são os constrangimentos que o sector privado diz enfrentar? “Podemos dizer que o que mais lhes preocupa é a dificuldade em ter acesso ao financiamento, pois o acesso ao crédito é desafiante, principalmente num contexto de altas taxas de juro. Têm dificuldades em encontrar projectos viáveis”, disse Pabblo Murphy, para depois concluir que “há outras preocupações que tem que ver com a área logística, infra-estrutura e competências”.
Falando também dos desafios do sector privado, Agostinho Vuma, presidente da CTA, acrescentou que “a outra questão tem que ver com a importação dos combustíveis, onde a comparticipação do Banco de Moçambique na factura dos combustíveis vai descer de 100% para 30%. Portanto esta é uma preocupação que vai colocar ainda mais sob pressão o sector privado em Moçambique em todos setores de actividade”.
“Também debatemos a questão do Fundo Soberano e Fundo de Garantias mutuárias como aspectos que podem maximizar o desempenho do sector privado para que a nossa economia encontre fontes alternativas de financiamento”, explicou Agostinho Vuma.
Questionado sobre a expectativa do sector empresarial quanto a mais recente descoberta das novas reservas de gás, Agostinho Vuma respondeu que “não há dúvidas que teremos um novo desempenho. Apraz-nos registar o facto de o sector do gás em Moçambique estar a ser anunciado em quase toda parte do país e isso anima-nos porque o que mais nos interessa é o desempenho do conteúdo local”.
A missão de assistência técnica do FMI chegou a Maputo na passada segunda-feira e tem como objectivo fazer a segunda monitorização ao programa do Governo com o FMI ao abrigo do qual o Fundo concedeu há um ano um financiamento de 470 milhões de dólares a aplicar até 2025. Irá também analisar os últimos desenvolvimentos macro-económicos referentes ao ano de 2022 e as perspectivas para o médio prazo.