O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês), passou de 51,9 pontos em Março para 49,2 pontos em Abril, longe do previsto pelos especialistas: 51,5 pontos.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.
Após ter registado em Fevereiro a maior expansão em mais de dez anos, em Abril a actividade da indústria transformadora da China caiu de novo na zona de contração, onde esteve durante a maioria de 2022.
O NBS publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços. Este último indicador caiu também, de 58,2 pontos em Março para 56,4 em Abril.
Num comunicado, um analista do NBS, Zhao Qinghe, culpou a ”insuficiente procura no mercado” e as “grandes oscilações dos preços de alguns produtos a granel” pela queda do índice no quarto mês do ano.
O índice de expectativa da actividade económica, que mede a confiança das empresas não transformadoras na evolução do mercado, situou-se em 54,7, valor que, apesar de relativamente alto, é o menor até agora em 2023.
O índice de produção integral, a radiografia combinada das indústrias transformadora e não transformadora, ficou em 54,4 pontos em Abril, 2,6 pontos abaixo do registado em Março.
A economia da China registou um crescimento homólogo de 4,5%, no primeiro trimestre do ano, impulsionada pelo aumento do consumo interno, após as autoridades abandonarem a estratégia de zero casos do covid-19.
Tratou-se do ritmo de crescimento mais acelerado no espaço de um ano. No trimestre anterior, a economia chinesa cresceu 2,9%.
A expansão do Produto Interno Bruto entre Janeiro e Março foi também mais alta do que o esperado pelos analistas, estimulada pelo aumento do consumo, à medida que as pessoas passaram a ir aos centros comerciais e restaurantes, após o levantamento das restrições devido à pandemia.
Os analistas previam um ritmo de crescimento de cerca de 4%.
Em Março, as vendas a retalho de bens de consumo aumentaram 10,6%, em termos homólogos, e 7,1%, comparando com os dois primeiros meses do ano.
Embora o consumo e as vendas a retalho tenham crescido, outros indicadores económicos, incluindo a produção industrial e investimento em ativos fixos, revelaram um crescimento mais fraco, indicando uma recuperação desigual.
A produção industrial, que mede a actividade nos sectores transformadores, mineração e energia, cresceu 3,9%, em Março, em comparação com o mesmo período do ano passado.