A empresa mineira australiana Syrah Resources, que explora e exporta grafite para baterias de carros eléctricos, afirmou na tarde desta quinta-feira, 27 de Abril, que a segurança melhorou, de uma forma geral, na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
“O ambiente de segurança na província de Cabo Delgado melhorou em geral desde 2022”, avançou a empresa numa nota citada pela Lusa.
A Syrah foi uma das empresas mineiras cujas operações foram afectadas pelo conflito armado que assola aquele ponto do País desde 2017.
Em Junho de 2022, a cadeia logística foi suspensa temporariamente devido a ataques que se aproximaram da estrada por onde é escoada a grafite. Em Novembro, as instalações da mina tiveram de ser evacuadas devido à violência nas proximidades.
No entanto, a mineradora frisou que “hoje, o cenário melhorou e a produção subiu para 41 mil toneladas de grafite no primeiro trimestre deste ano, face às 35 mil toneladas registadas em igual período do ano passado”.
“A produção tende a ser moderada até que as condições de procura e os preços das ordens de venda justifiquem uma maior utilização da capacidade”, anunciou a empresa.
No entanto, a Syrah salientou que está a avaliar “os cenários operacionais mais dinâmicos e sustentáveis que possam ser implementados no contexto de menor utilização da capacidade”.
Em termos de custos de exploração, mantêm-se entre 430 dólares a 480 dólares por tonelada para exportações pelos portos de Nacala e Pemba, para uma taxa de produção de 20 mil toneladas por mês.
A firma australiana está também a construir a sua própria fábrica de material de baterias nos Estados Unidos da América, que será alimentada com minério moçambicano.
A província de Cabo Delgado tem vindo a ser afectada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região. O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.