O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, defendeu, na semana passada, 13 de Abril, em Washington, que “África não deve importar modelos, muito menos tornar-se num laboratório de experiências, e ‘ficar de joelhos’ à espera de soluções que vêm de fora, no âmbito da soberania alimentar do continente e mudanças climáticas”.
“A questão é que os nossos agricultores que trabalham a terra para produzir comida não têm dinheiro suficiente para comprá-la para si mesmos. Por isso, a nossa prioridade é aumentar o seu rendimento para ganharem essa capacidade”. E frisou ainda: “honestamente, sobre esta questão, vocês precisam de respeitar a cultura e o estágio de desenvolvimento em que os produtores se encontram, e não importar soluções de outras realidades e impô-las, pois tal não vai funcionar”.
Na ocasião, o governante fez saber que, face às mudanças climáticas, é necessário produzir e adaptar as tecnologias às condições agro-ecológicas do País e socioeconómicas dos produtores, salientando que a transferência de tecnologia para os que trabalham a terra é um elemento central da actuação do Governo.
“Face aos desafios do mundo actual, é fundamental a mudança de paradigma, mais especificamente no financiamento e implementação de programas por um período significativo que possa dar melhores resultados”, frisou Celso Correia.
O ministro defendeu também o alargamento do período dos programas para um mínimo de sete anos por forma que a mudança seja induzida e disse, igualmente, “estar em negociação um pacote financeiro de 75 milhões de dólares para investimento na investigação agrária e inovação em Moçambique”.