A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) registou, no ano passado, resultados positivos no seu desempenho económico e financeiro. Foram 6,2 mil milhões de meticais, o equivalente a 97,6 milhões de dólares, antes da dedução dos impostos devidos.
A cifra conseguida representa um aumento de 29% quando comparada com 2021, segundo deu a conhecer Agostinho Langa, presidente do conselho de administração (PCA) da empresa, esta quinta-feira, 30 de Março.
Para Agostinho Langa, citado pelo jornal O País, este é um sinal claro de retoma do serviço de logística e manuseamento portuário, depois de dois anos de crise imposta pela pandemia do covid-19.
“Na área portuária, em termos globais, a produção em toneladas métricas cresceu em cerca de 17%, e na ferrovia, em toneladas líquidas transportadas, o crescimento foi de 30%. Nos terminais sob gestão da CFM, foram manuseados, em 2022, 13,2 milhões de toneladas métricas, representando 23% do total manuseado em todos os portos, equivalentes a um crescimento de 6% relativamente a igual período de 2021”, disse o gestor, falando, em Nampula, na abertura da 26.ª reunião do conselho dos directores da empresa, evento que visa, em dois dias, fazer o balanço do exercício económico e financeiro transacto e perspectivar o ano corrente.
Nas linhas sob gestão dos CFM, foram transportados, no passado, 12,3 milhões de toneladas de carga diversa, representando cerca de 50% do total da carga transportada em todas as linhas do sistema ferroviário nacional.
O transporte de passageiros também tem vindo a crescer, sobretudo com a compra, em Agosto de 2022, de 90 veículos de passageiros, incluindo cinco automotoras, mas este é apenas um serviço social da empresa, uma vez que 85% do custo da tarifa é subsidiado por ela, cabendo apenas 15% ao passageiro. “A nossa perspectiva é continuar a olhar para esta área com especial atenção, contribuindo para a mitigação da falta de transporte urbano e interurbano”, assegurou Agostinho Langa.
Entretanto, com o mau tempo que se fez sentir no sul do País, caracterizado por chuvas intensas, e no centro, com a passagem do ciclone Freddy, os prejuízos nas infra-estruturas e pela carga não transportada ascendem a 25 milhões de dólares. “Pelo nível de estragos na linha de Sena, teremos de fazer obras de grande engenharia para evitar que, nas próximas chuvas e nos próximos ciclones, voltemos a sofrer o mesmo nível de danos”.
Por sua vez, o vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, que fez parte da abertura da reunião, reconheceu, no seu discurso, os esforços da empresa pública para manter-se sustentável, mas exigiu reflexão sobre o futuro.