O ministro moçambicano da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, pediu nesta quinta-feira, 30 de Março, a partilha de conhecimento entre os diversos actores para a erradicação do terrorismo que assola o País desde 2017. O apelo foi feito durante a recepção de cartas credenciais de quatro adidos militares provenientes da África do Sul, Zimbabué, Portugal e Ucrânia.
“Queremos solicitar aos novos adidos de Defesa que partilhem os seus ricos conhecimentos com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, com vista ao alcance do grande desiderato que é a erradicação do terrorismo e de outras ameaças que enfermam o Estado e a humanidade”, apelou o governante.
Cristóvão Chume explicou aos novos adidos que “o nosso País tem sido alvo de ataques terroristas desde Setembro de 2017, concretamente na província de Cabo Delgado. Para o seu combate, o Estado tem privilegiado uma abordagem multidimensional que consiste na resposta militar e na implementação de programas de desenvolvimento local nas zonas afectadas”.
A fonte avançou ainda que “na resposta militar, o Governo moçambicano conta com o apoio das Forças de Defesa do Ruanda e da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Igualmente, estamos a beneficiar do apoio prestado pelos Estados Unidos da América e pela União Europeia, que têm elevado a capacidade combativa das nossas Forças de Defesa e Segurança”.
Face à situação, o ministro encorajou os novos adidos a trabalharem arduamente com vista a dinamizarem as acções de cooperação e detectarem as oportunidades que sejam de interesse comum.
A província de Cabo Delgado tem sido assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4 mil mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.